Portugal

Paulo Tó revisita canções de intervenção portuguesa em novo disco

Notícias de Coimbra | 47 minutos atrás em 11-04-2025

O músico e produtor brasileiro Paulo Tó edita o disco Cantos da Revolução, a 11 de abril. O trabalho presta homenagem às canções de intervenção que marcaram o período de luta contra a ditadura em Portugal, entre 1926 e 1974. Fazem parte do disco releituras de músicas compostas por artistas como José Afonso, Fausto Bordalo Dias, Sérgio Godinho e José Mário Branco.

Com produção musical de Paulo Tó e Maurício Tagliari – que também canta na música Os Vampiros –, o álbum une dois universos culturais: celebra a luta pela liberdade em Portugal e também a riqueza da música brasileira. Os temas ganham novos arranjos, influenciados por ritmos e sonoridades do Brasil, e tornam-se assim uma ponte entre as duas margens do Atlântico.

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O disco conta com a colaboração de grandes nomes da música brasileira e internacional. Além de Siba, Thiago França e Os Bicudos, que marcaram presença nos dois primeiros singles editados, o projeto traz participações especiais de Rodrigo Caçapa na canção As Horas Extraordinárias e Arthur de Faria em O Varredor.

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Participam do disco os portugueses Eugénia Melo e Castro, em Por Este Rio Acima; e Afonso Albuquerque, em Maio Maduro Maio. Também integram o trabalho Jéssica Areias, de Angola, que é acompanhada de Cauê Silva em Mona Ki Ngi Xica; e Lenna Bahule, de Moçambique, em A Derrota dos Colonialistas – ambas as músicas vão chegar às plataformas como bonus tracks após a edição do disco.

Faixa a faixa

A Luta Continua: a vinheta de abertura do álbum é um improviso com voz e percussão corporal da cantora moçambicana Lenna Bahule.

Ajuste de Contas: composição de Fausto Bordalo Dias, que nesta releitura tornou-se um frevo com participação do brasileiro Siba. 

Que Força É Essa?: composição de Sérgio Godinho, um clássico da canção de intervenção portuguesa, ganha aqui um arranjo com pandeiros e rabecas do Nordeste do Brasil.

Maio Maduro Maio: composição de José Afonso, que nesta releitura tem participação especial do violonista Afonso Albuquerque que, além de ter feito um arranjo de cavaco e violões, gravou instrumentos em outras canções.

O Varredor: composição de Fausto Bordalo Dias que tem o espírito do entusiasmo revolucionário, apesar de ter sido editada após a Revolução. No arranjo do disco tem participação especial do músico brasileiro Arthur de Faria, que traz a sonoridade da região sul do Brasil a canção.

Mudam-se Os Tempos, Mudam-se as Vontades: composição do francês Jean Sommer, a partir de poema de Luís de Camões, e que é um clássico do repertório de José Mário Branco. Na releitura ganha o ritmo do Jazz Manouche misturado a arranjos de sopros tipicamente brasileiros, oriundos do frevo e dos temas carnavalescos. Tem arranjo de Thiago França, de Os Bicudos e do violonista português Afonso Albuquerque.

Os Vampiros: composição de José Afonso, do período anterior à Revolução, e que utiliza os vampiros como metáfora cifrada dos fascistas. Com Kamele Ngoni, a “harpa” africana de Burquina Fasso tocada por André Piruka, a música cria uma conexão entre os continentes. Participação especial de Maurício Tagliari, que também assina a produção musical do disco com Paulo Tó.

Por Este Rio Acima: composição de Fausto Bordalo Dias que dá nome ao disco mais emblemático do artista. Esta canção, a partir da metáfora da navegação, traz uma perspectiva da utopia, tão fortemente vivida por esta geração de artistas. Tem participação especial da cantora portuguesa Eugénia Melo e Castro.

As Horas Extraordinárias: composição de Sérgio Godinho que aqui ganha uma sonoridade típica do nordeste brasileiro, com participação especial do violeiro Rodrigo Caçapa.

Emigrantes da Quarta Dimensão (Carta a J. C.): composição de José Mário Brancode de um período posterior à Revolução. A releitura desta canção, que pendura entre a melancolia e a esperança, foi gravada por um trio de jazz. 

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