Portugal

Paulo Raimundo acusa Chega de ser “um hino à demagogia e à hipocrisia”

Notícias de Coimbra com Lusa | 13 horas atrás em 14-02-2025

O secretário-geral do PCP acusou hoje o Chega de apenas fazer barulho no parlamento para desviar atenções da resolução dos problemas concretos das pessoas, representando “um hino à demagogia e à hipocrisia” no sistema político.

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“Há várias formas de se encontrar fugas para a frente: pode concentrar-se nos problemas concretos e resolvê-los ou então gritar muito alto, desrespeitar com fugas para a frente para passar ao lado daquilo que é essencial. Isso aconteceu ontem na Assembleia da República, aconteceu hoje, acontece todos os dias”, sustentou Paulo Raimundo após um contacto com trabalhadores da AutoEuropa, em Palmela, Setúbal.

O dirigente comunista comentava o incidente ocorrido na sessão plenária de quinta-feira, protagonizado pela deputada do Chega Diva Ribeiro, quando acusou a socialista Ana Sofia Antunes, que é cega, de só conseguir “intervir em assuntos que, infelizmente, envolvem deficiência”, além dos apartes que se seguiram.

Raimundo considerou, contudo, que “aquilo que degrada mais o ambiente da Assembleia da República é o facto de os problemas concretos da vida das pessoas passarem ao lado” dos maiores partidos.

Sem nunca pronunciar o nome do partido liderado por André Ventura, o secretário-geral comunista não poupou para palavras para o classificar.

“Um hino à demagogia e à hipocrisia, um partido que se diz fora do sistema, mas é o pior que o sistema inventou até agora, um partido que se diz diferente dos outros, mas é diferente dos outros para pior, portanto é um partido que não merece nenhuma credibilidade”, acentuou, segundo o som das suas declarações enviado pelo gabinete de imprensa do PCP à agência Lusa.

Raimundo considerou mesmo que o Chega “é um partido que avança com propostas, mas pedindo aos anjinhos para que não sejam aprovadas, porque isso teria consequências muito concretas na sua própria bancada”, depois de confrontado com os casos de vários deputados daquela força política com casos na justiça.

O dirigente comunista admitiu que “as opções políticas têm de ter confronto político intenso mas isso não tem de ultrapassar os limites do respeito de da forma de estar na vida” e o ambiente criado no parlamento “faz com que se passe ao lado dos problemas concretos da vida destas pessoas”.

Paulo Raimundo fez a ponte entre ausência de resolução dos problemas concretos das pessoas e o caso da AutoEuropa, apontando a empresa número um da produtividade e da produção, mais de mil carros por dia, mas também onde “há muitas doenças profissionais”, defendendo que deveria ser considerada uma “profissão de desgaste rápido”.

O problema é, segundo o secretário-geral do PCP, “haver uma ampla maioria na Assembleia da República, que não é apenas desse partido, que nas questões essenciais não falha”, apontando o caso da baixa do IRC, alteração à lei dos solos e ainda o chumbo, hoje, propostas sobre os paraísos fiscais.

“Mesmo os partidos mais barulhentos, mais trauliteiros, mais arruaceiros, quando chega a hora de votar a melhoria das condições de vida destas pessoas, destes trabalhadores, votam sempre ao lado daqueles que querem mais exploração, mais horas de trabalho, mais dias de trabalho, votam ao lado daqueles que querem assaltar a Segurança Social, neste caso em concreto”, concluiu.

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