Política
Paulo Mota Pinto eleito líder parlamentar do PSD
O candidato único a líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, foi hoje eleito com 92% dos votos, anunciou o próprio, mantendo que ainda “é prematuro” dizer se colocará o seu lugar à disposição da futura direção do partido.
Paulo Mota Pinto, que falou aos jornalistas no parlamento, informou que votaram 75 dos 77 deputados sociais-democratas, tendo obtido 71 votos a favor (cerca de 92% dos votos), dois brancos e dois nulos.
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Com este resultado, Mota Pinto fica acima dos 81% obtidos por Adão Silva em setembro de 2020 e dos 89,8% do presidente do partido Rui Rio, em novembro de 2019, em eleições que decorreram também sem opositores, e até de algumas eleições de Luís Montenegro, o líder parlamentar mais duradouro da bancada social-democrata (que variou entre os 86 e os 98% nas três eleições a que concorreu).
“Quero agradecer aos meus colegas deputados a confiança manifestada nesta direção, que é também responsabilizante, e um estímulo para o seu mandato e o seu trabalho”, afirmou Mota Pinto, aos jornalistas.
Questionado, por diversas vezes, se irá colocar o seu lugar à disposição da futura direção do partido, que será eleita no início de julho, o antigo juiz do Tribunal Constitucional remeteu essa decisão para quando a questão se colocar.
“O mandato que recebi e a direção recebeu é de duas sessões legislativas. É algo de que se falará na altura devida. Disse na semana passada que era prematuro, ainda hoje é. Na altura devida, quando esse problema se puser, falaremos sobre isso”, repetiu.
Ainda assim, Mota Pinto referiu que uma direção de bancada a que presida “terá sempre plena articulação” com qualquer presidente do PSD.
“Da parte da direção do grupo parlamentar será sem dúvida a melhor [relação] possível. Não sabemos que candidatos existirão até ao fim do prazo”, disse.
O agora eleito líder parlamentar do PSD assegurou ainda que não irá tomar “nenhuma posição sobre a presidência da Comissão Política Nacional”, em eleições diretas marcadas para 28 de maio.
Mota Pinto recusou também pronunciar-se sobre as indicações do PSD para o Conselho de Estado, dizendo que “a bancada ainda não reuniu e não discutiu” o tema, e adiantou que “está a finalizar com o PS” a articulação sobre as presidências das 14 comissões parlamentares que vigorarão na XV legislatura.
“Penso que amanhã [sexta-feira] poderão ter novidades sobre isso”, adiantou.
Paulo Mota Pinto terá sete vice-presidentes para a bancada, dois dos quais transitam da anterior direção do grupo parlamentar: Catarina Rocha Ferreira e Ricardo Baptista Leite.
O atual vice-presidente do PSD André Coelho Lima, a deputada eleita por Coimbra Fátima Ramos, o cabeça de lista por Viseu nas últimas legislativas Hugo Carvalho, a deputada eleita por Aveiro Paula Cardoso e Paulo Rios – eleito pelo Porto e apoiante de Rio desde 2018 – completam a lista das vice-presidências, que terá quatro homens e três mulheres.
Como secretários do grupo parlamentar, Mota Pinto mantém Hugo Carneiro, que é também secretário-geral adjunto do PSD, e acrescenta Sofia Matos, que foi cabeça de lista pelo Porto e candidata à liderança da JSD.
Em relação à anterior direção, saem Afonso Oliveira e Clara Marques Mendes (que não apoiou Rio nas últimas diretas), além dos outros dois ‘vices’ de Adão Silva que nem sequer integraram a lista de deputados, Carlos Peixoto e Luís Leite Ramos.
Paulo Mota Pinto foi o cabeça de lista social-democrata pelo círculo eleitoral de Leiria nas últimas eleições legislativas, em 30 de janeiro passado, é professor universitário e antigo juiz do Tribunal Constitucional entre 1998 e 2007.
Entre outros cargos políticos, Paulo Mota Pinto foi vice-presidente do PSD sob a liderança de Manuela Ferreira Leite e deputado entre 2009 e 2015.
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