Paulo Marques, o mítico Paulo Eno, o icónico Spiderman Ibiza Bora Bora, marcou presença no Luna Fest, em Coimbra. Deu show (em quase) todas as noites mas foi durante o concerto dos The Undertonese que o multifacetado conimbricense decidiu despir-se “de preconceitos” e fez questão de mostrar toda a sua “arte” na primeira fila do queimódromo.
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“O nú na arte já existe desde que o homem apareceu, não há nada de espanto, frisa Paulo Marques, adiantando que “não aconteceu nada de especial, foi simplesmente saber estar num ambiente, despoluir a situação e estar numa mistura de Woodstock com ambiente de Ibiza e de rock and roll”.
Hedonista, comunista, técnico cultural na Câmara de Coimbra aposentado, ex-punk, músico experimental e dadaísta, estamos a falar de Paulo Marques, também conhecido por Paulo Eno, porque ” fã número 1 de Brian Eno” e embaixador cultural de Coimbra no descontinuado Bora Bora de Ibiza.
Em 1977 fundou uma das primeiras bandas punk de Portugal, os Curto Circuito, mais tarde a polémica associação Objectos Perdidos e as bandas 77 e Parkinsons. Nos últimos anos foi presença habitual nas colunas da antiga Via Latina e NB Coimbra.
O ano passado “estive 40 horas a dançar na ilha de Ibiza, em Espanha, no encerramento da discoteca Bora Bora Beach Club”, contou ao Notícias de Coimbra, realçando que agora trabalha em dança e performance no American Pie Party.
Esta festa “deveria ser vista e analisada por muita gente, porque o envolvimento das pessoas é tão fantástico, tão libertário, que é uma coisa inacreditável neste mundo e acho que nós devíamos ter vibrações positivas”, esclarece o conimbricense.
“Quando me dizem só de estar a vê-lo a dançar fico cansado, para mim é maravilhoso, quer dizer que consegui transmitir realmente toda a minha vivacidade, o meu feeling natural, puro”, sublinha, referindo que representa Ibiza em dança a nível internacional.
Quando o Notícias de Coimbra lhe perguntou: quantos anos tem o Spiderman de Ibiza? A resposta é simples: O Mick Jagger, dos The Rolling Stone, é uma inspiração, e ele fez agora 80 anos e está ótimo de saúde, está fantástico. Eu tenho exatamente menos 17 anos que o Mick Jagger”.
Em plena Praça da Canção, no conhecido Choupalinho, desafiado a contar algumas das suas performances enquanto artista, Paulo Marques prefere antecipar que “em outubro vai começar a ser feita uma biografia sobre mim, para ser editada num livro, e aí vou revelar muitas dessas situações”.
Paulo Marques recorda o estilo de dança que adotou: o “Ibiza Freestyle”, onde recorre a três figuras. “Para momentos muito calmos é a um coreógrafo que já faleceu que era Merce Cunningham, para performances selvagens a Iggy Pop e para movimentos sexuais é a Mick Jagger”, explica.
Com 63 anos e natural de Coimbra, o Paulo apenas quer “transmitir o espírito de Ibiza, sempre com vibrações positivas, amor, paz, respeito, música e dança”.
“A energia faz parte de mim, eu ficarei com problemas graves quando algum dia deixar de ter esta energia, então aí é que eu ponho todos os sentido em alerta, ou estou doente ou está qualquer coisa a funcionar mal”, conclui.
Veja a entrevista de Paulo Marques ao Notícias de Coimbra:
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