Coimbra

Património da região Centro volta a ser palco para concertos de ópera

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 08-08-2019
 

 

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O património de seis concelhos da região Centro vai voltar a ser palco para concertos de ópera gratuitos, até setembro, numa iniciativa que pretende, ao mesmo tempo, valorizar espaços e iniciar públicos nesta expressão artística.

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Universidade de Coimbra, Património Mundial da UNESCO (Fonte: © UC | Marta Costa).

A iniciativa “Ópera no Património”, que vai para a sua terceira e última edição, é um roteiro cultural que junta os municípios da Batalha, Leiria, Viseu, Pinhel e Vila Nova de Foz Côa e a Universidade de Coimbra, propondo ópera em versão cénica, concertos operáticos, de música de câmara e de música coral sinfónica em vários monumentos e espaços da região, refere a nota de imprensa enviada à agência Lusa.

Museu do Côa, Mosteiro da Batalha, o Centro Histórico de Pinhel, o Pátio das Escolas da Universidade de Coimbra e a Sé de Viseu são alguns dos palcos dos concertos que vão realizar-se entre o dia 15 deste mês e 29 de setembro.

Vila Nova de Foz Côa acolhe a obra “Sansão e Dalila”, de Camille Saint-Saens, em Pinhel será apresentada uma antologia de zarzuela (género espanhol que alia a música erudita com elementos da cultura popular) e Leiria recebe o espetáculo “Madama Butterfly”, de Giacomo Puccini.

A cantata cénica “Carmina Burana”, de Carl Orff, será apresentada na Batalha e em Viseu, e o Pátio das Escolas da Universidade de Coimbra acolhe o “Coros de Verdi”, em que uma centena de vozes vai interpretar a obra.

Nos diferentes municípios, haverá também concertos mais pequenos, seja com grupos de cordas ou de sopros.

Face à relação vincada entre a música e o património nesta iniciativa, o espaço onde as obras vão ser tocadas acaba por ter um peso na definição dos espetáculos a apresentar, “porque o património é o contexto cenográfico”, disse à agência Lusa o diretor artístico do projeto, José Ferreira Lobo.

Por outro lado, há a preocupação de se fazer “uma iniciação de públicos nesta área de expressão artística”, vincou.

Olhando para as outras duas edições do projeto, o diretor artístico entende que a iniciativa excedeu as suas expectativas.

“Tivemos 800 pessoas em Pinhel, 600 em Foz Côa e, para mim, o grande significado é este, porque no Mosteiro da Batalha já esperava que estivesse cheio”, afirmou.

Segundo José Ferreira Lobo, o “Ópera no Património” permite também esbater a ideia de que esta é uma expressão artística de elite ou para uma classe alta.

“Havendo até algum preconceito à volta da ópera como espetáculo, mostramos que é muito acessível e muito transversal aos diferentes públicos”, referiu.

José Ferreira Lobo espera agora que seja possível continuar o projeto, que contou com o apoio de fundos europeus, considerando que é importante manter o trabalho de levar para fora dos grandes centros urbanos este tipo de espetáculos.

O projeto conta com uma orquestra profissional com uma base de 45 elementos, um coro com 20 pessoas e dez bailarinos.

Face à menor oferta de formação musical fora dos grandes centros urbanos, o projeto está também aberto à participação de jovens instrumentistas dos concelhos por onde passa, numa lógica de “estágio”, em que estes podem “experimentar um ambiente profissional”, esclareceu José Ferreira Lobo.

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