Uma nova pastilha elástica desenvolvida por cientistas dos Estados Unidos e da Finlândia poderá representar um avanço significativo na prevenção de infeções causadas por vírus como o da gripe e o do herpes.
O estudo revelou que esta goma especial consegue neutralizar com elevada eficácia estirpes dos vírus influenza (H1N1 e H3N2) e do herpes simplex (HSV-1 e HSV-2), oferecendo uma alternativa prática às medidas preventivas atualmente disponíveis.
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Apesar de o herpes afetar milhões de pessoas em todo o mundo, as opções de prevenção continuam escassas. O desenvolvimento de vacinas tem sido dificultado por entraves técnicos e, sobretudo, por falta de financiamento. A introdução de uma pastilha com propriedades antivirais poderá, assim, preencher uma lacuna importante no combate à propagação destas infeções.
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O ingrediente ativo da goma é extraído das sementes da planta Lablab purpureus, popularmente conhecida como feijão lablab. Esta planta contém uma proteína chamada FRIL – uma lectina com reconhecidas propriedades antivirais. Em testes laboratoriais, a mastigação da pastilha durante 15 minutos libertou mais de metade das proteínas FRIL, posteriormente recolhidas com recurso a saliva artificial para análise.
Os resultados impressionaram os investigadores:
- Mais de 95% de neutralização dos vírus da gripe H1N1 e H3N2;
- Até 75% de neutralização do vírus do herpes oral HSV-1;
- 94% de neutralização do HSV-2.
Neutralizar um vírus significa inibir a sua capacidade de infetar células e de se replicar, reduzindo a carga viral e, consequentemente, o risco de transmissão.
Esta inovação junta-se a outras investigações recentes que exploram o potencial da goma antiviral. Estudos anteriores já haviam demonstrado eficácia na neutralização do SARS-CoV-2, o vírus responsável pela COVID-19, com mais de 95% de eliminação da carga viral presente na saliva de indivíduos infetados.
Também em 2020, pesquisas com proteínas FRIL extraídas do feijão lablab mostraram capacidade de reduzir significativamente a presença de vírus como o H5N1 e H7N9, ambos associados a surtos de gripe aviária.
A utilização desta goma apresenta-se como uma solução eficaz para reduzir a carga viral na cavidade oral e na garganta – zonas especialmente críticas na transmissão de vírus através da saliva. Embora ainda estejam a decorrer mais investigações para validar a sua aplicação em contexto clínico, os dados atuais apontam para um futuro promissor onde mastigar uma simples pastilha possa ajudar a travar infeções virais com elevado impacto na saúde pública, pode ler-se no Leak.
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