O parlamento aprovou hoje, por unanimidade, um voto de pesar apresentado pelo PCP pela morte de José Lopes de Almeida, deputado constituinte, advogado antifascista, guitarrista e companheiro de Zeca Afonso na canção de Coimbra.
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José Pinheiro Lopes de Almeida, natural de Coimbra, que faleceu aos 86 anos no passado dia 14, começou por se destacar pela sua atividade associativa enquanto estudante, tendo sido proibido pelo regime de Oliveira Salazar de assumir o cargo de presidente da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra.
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Foi depois mobilizado compulsivamente para cumprir o serviço militar em Angola e, de regresso a Coimbra, envolveu-se na luta pela reabertura da Associação Académica de Coimbra, encerrada na sequência da crise académica de 1962.
De acordo com o voto do PCP, em Lisboa, José Lopes de Almeida exerceu a profissão de advogado, “envolveu-se na luta antifascista, destacou-se como defensor de presos políticos perante os tribunais plenários e foi no seu escritório de funcionou a Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos”.
“Em 1969 integrou o Secretariado da CDE. Após o 25 de Abril, integrou a delegação que formalizou a legalização do PCP junto do Supremo Tribunal de Justiça em 26 de dezembro de 1974 e foi deputado pelo PCP à Assembleia Constituinte, onde se destacou no debate das disposições constitucionais sobre direitos, liberdades e garantias”, lê-se no voto apresentado pela bancada comunista.
Segundo o PCP, José Pinheiro Lopes era militante do partido desde 1961 e, após a cessação de funções como deputado constituinte, “manteve uma intervenção política relevante”.
“Em 2013, recebeu a medalha de honra da Ordem dos Advogados pelo seu elevado mérito e honorabilidade no exercício da advocacia. No plano cultural, destacou-se na canção de Coimbra como guitarrista, tendo acompanhado José Afonso no seu último e memorável concerto no Coliseu dos Recreios”, acrescenta-se no texto.
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