Coimbra
Parlamento aprova voto de pesar pela morte do médico Agostinho Almeida Santos
A Assembleia da República aprovou hoje por unanimidade um voto de pesar pela morte do médico e professor catedrático de ginecologia Agostinho Almeida Santos, pioneiro da procriação medicamente assistida.
Após a aprovação do voto, proposto por PSD e CDS-PP, os deputados respeitaram um minuto de silêncio.
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O médico e professor catedráticoda Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), realizou, pela primeira vez, em Portugal, a técnica de procriação medicamente assistida designada por GIFT (Transferência de Gâmetas para a Trompa), “método que propiciou o nascimento do primeiro bebé em junho de 1988”, de acordo com informação do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.
Agostinho Almeida Santos fundou e dirigiu o programa de reprodução medicamente assistida, que funciona em Coimbra, desde 1985. Entre 2005 e 2007, foi presidente do Conselho de Administração dos Hospitais da Universidade de Coimbra, tendo fundado a extinta agência de desenvolvimento Coimbra Vita.
Na vida académica, publicou 185 trabalhos científicos, proferiu mais de 400 palestras e foi o responsável pelas disciplinas de Obstetrícia e Ética, Deontologia e Direitos Médicos da FMUC.
Membro de 18 sociedades científicas nacionais e internacionais, desempenhou funções de perito da Comunidade Económica Europeia na área de investigação em bioética. Autor do livro “Razões de Ser”, associado aos problemas e futuro da bioética, Agostinho Almeida Santos manteve uma atividade universitária de forma ininterrupta desde 1965.
Em 2011, com a intervenção da ‘troika’, alertou para a necessidade de se ajudar os portugueses mais pobres, no acesso aos cuidados de saúde, e criticou a empresarialização dos hospitais, que considerava “uma falsa medida”, que podia pôr em risco a situação financeira Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em 2009, Agostinho Almeida Santos foi designado cônsul honorário de Cabo Verde para a Região Centro, depois de anos de trabalho de cooperação com este país africano, na área da medicina materno-infantil e na formação de internos em obstetrícia.
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