Cidade
PAN elogia “sinal positivo” dado pelo reitor da Universidade de Coimbra
O porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) considerou hoje “um sinal positivo” a decisão do reitor da Universidade de Coimbra (UC) de eliminar das cantinas a carne de vaca, “a espécie que tem mais impacto” ambiental.
“O que o senhor reitor da UC fez não foi retirar, abolir o consumo de carne. Foi retirar uma espécie animal”, uma carne, “que é aquela mais impactante”, das cantinas, afirmou o dirigente do PAN André Silva em Campo Maior, no distrito de Portalegre.
Segundo o porta-voz do PAN, o reitor “refere que há outras variedades de carne” que “se mantêm” nas ementas.
E, com a medida, “dá um sinal dizendo que a produção de carne bovina é dos maiores poluentes do mundo, é dos maiores impactantes nos ecossistemas”, frisou André Silva, argumentando tratar-se de “um sinal positivo”.
O porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza falava aos jornalistas depois de visitar a fábrica de produção de café Novadelta, do Grupo Nabeiro, no concelho alentejano de Campo Maior.
Questionado pelos jornalistas, André Silva reagia ao anúncio do reitor da UC, Amílcar Falcão, na terça-feira, de que vai eliminar o consumo de carne de vaca nas cantinas universitárias a partir de janeiro de 2020, por razões ambientais.
Segundo o reitor, a medida será o primeiro passo para, até 2030, tornar a UC “a primeira universidade portuguesa neutra em carbono”.
O dirigente do PAN disse hoje que “o reitor da UC”, que frisou não conhecer, com esta decisão, veio “dar voz à comunidade científica internacional”, que vem alertando para a necessidade de “reduzir drasticamente o consumo de proteína animal”, devido às “alterações climáticas” e às “graves crises ambientais”.
“Veio restringir, abolir uma carne de uma determinada espécie, que é aquela que tem mais impacto, dando sinais” semelhantes aos que já deram os governos “da Holanda” e “da Alemanha”, que “estão progressivamente a instituir opções vegetarianas nas refeições oficiais do Estado”, assinalou.
Da parte do PAN, indicou, a proposta passa pela existência de opções vegetarianas nas ementas e de “uma grande sensibilização” e “informação da população para o impacto da pegada carbónica” e “hídrica da produção de carne”.
Nesta visita ao Grupo Nabeiro, André Silva foi recebido, à chegada, pelo próprio comendador Rui Nabeiro e por outros elementos da empresa e deslocou-se ao Centro de Ciência do Café, onde tomou uma bica, que lhe foi servida por um funcionário, Pedro Romão, com o qual “esgrimiu” argumentos sobre a abolição das touradas.
Depois de o funcionário lhe perguntar o que é que o PAN tinha a oferecer a quem, como ele, é “aficionado” de tauromaquia e defender que “o toureio é uma arte” e só “quem gosta” é que assiste às touradas, André Silva insistiu que “não é aceitável” que ninguém se divirta “à custa do sofrimento de outro ser”.
No século XXI, “não devemos utilizar animais para nosso entretenimento que impliquem sofrimento e crueldade sobre esses animais”, disse o líder do PAN, admitindo que “as corridas de touros fazem parte da História de Portugal”, tal como “a Inquisição, a tortura, a pena de morte” ou “o colonialismo”.
Mas, tal como “já não temos saudosismo dessas mesmas tradições, também não deveremos ter da prática tauromáquica”, sustentou.
Após a visita à fábrica Novadelta e antes de seguir para uma ação de rua no centro de Campo Maior, André Silva elogiou este grupo económico alentejano, “incontornável no setor empresarial português”.
A partir do interior do país, mostra que é possível “inovar” e “aliar as melhores práticas ambientais à atividade económica, criando empregos e garantindo uma maior sustentabilidade”, destacou, realçando que, “até final do ano”, a marca vai “conseguir colocar no mercado cápsulas [de café] 100% biodegradáveis”.
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