Educação
Pais juntos em Coimbra por políticas para crianças com necessidades educativas especiais
Um grupo de cidadãos reuniu-se hoje em frente à Câmara Municipal de Coimbra para se unir ao Movimento por uma Inclusão Efetiva (MIE), defendendo políticas para uma educação inclusiva, particularmente para crianças com necessidades educativas especiais.
Segundo um comunicado enviado à agência Lusa, a manifestação procurou “dar visibilidade e voz à necessidade urgente de inclusão nas escolas”.
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“Esta ação visa mobilizar a sociedade e os decisores políticos para a criação de políticas públicas que garantam uma educação inclusiva para todas as crianças, independentemente das suas necessidades específicas”, refere a nota de imprensa.
Para o MIE, a inclusão escolar deve ser um “direito fundamental, e não um privilégio”, existindo “lacunas significativas” no sistema educativo que prejudicam o acesso igualitário para todos, especialmente a crianças com necessidades educativas especiais.
Os participantes levantaram cartazes e partilharam testemunhos que ilustram as dificuldades e os desafios enfrentados diariamente por alunos, pais e educadores, adianta o comunicado.
“A inclusão não pode ser apenas uma palavra bonita em documentos oficiais, ela precisa ser vivida e garantida nas escolas, onde as crianças têm o direito de crescer, aprender e se desenvolver em igualdade de condições”, declarou um dos representantes do grupo durante a manifestação em Coimbra, citado na referida nota.
A ação desta manhã foi “um apelo claro para que todos, desde as decisões políticas até à sociedade civil, assumam o compromisso de construir um futuro mais inclusivo, onde todas as crianças possam ser respeitadas, acolhidas e consolidadas no seu percurso educativo”.
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“Por uma inclusão efetiva nas escolas” foi o mote da manifestação que hoje decorreu em simultâneo em Coimbra, Évora, Faro, Lisboa e Porto, convocada pelo Movimento por uma Inclusão Efetiva, que representa um grupo de pais de crianças e jovens com deficiência, neurodivergência e surdez.
O MIE tem a decorrer uma petição pública, onde reivindica mudanças concretas nas políticas de inclusão escolar em Portugal e a criação de condições adequadas nas escolas, como recursos humanos especializados e um acompanhamento personalizado que permita o desenvolvimento integral de todas as crianças.
O documento – disponível em https://peticaopublica.com/?pi=inclusaoefetiva -, contava hoje, pelas 16:00, com 8.135 assinaturas.
Três dezenas de pessoas concentraram-se hoje, em frente à Assembleia da República, em Lisboa, para exigir mais recursos e apoio nas escolas para crianças e jovens com necessidades educativas especiais.
O filho de Lourenço Santos tem um atraso global no desenvolvimento e, na escola onde estuda, recebe “duas horas e um quarto de educação especial por semana” e “uma hora de apoio ao estudo por dia”, o que “é notoriamente pouco”.
Além disso, a escola devia ter seis assistentes operacionais, mas só tem quatro. “A falta de assistentes operacionais põe em causa o normal funcionamento das escolas e a própria segurança das crianças”, assinalou Lourenço Santos, em declarações à Lusa.
“Ninguém sabe o que é que se passa verdadeiramente nas escolas”, resume, apontando que falta “um bocadinho de tudo”, nomeadamente professores do ensino especial, terapeutas, assistentes operacionais, apoios.
“Se não me deixam ser doutor, deixem-me pelo menos ser feliz”, lia-se num dos cartazes afixados nas grades que vedavam o acesso à escadaria do parlamento, onde os pais se concentraram, alguns levando os filhos.
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