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“Pai” do SNS lembrado com uma cantata de Natal

Notícias de Coimbra | 1 hora atrás em 25-10-2024

António Arnaut, criador do Serviço Nacional de Saúde quando era ministro dos Assuntos Sociais, vai ser evocado, em Coimbra, a 08 de Dezembro.

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A evocação, no convento de S. Francisco, ocorre por ocasião de um espectáculo, cuja cantata está associada ao livro “O Pássaro Azul” da autoria do advogado e escritor.

Além de evocar António Arnaut, falecido há seis aos e meio, o evento presta homenagem ao SNS, instituído há 45 anos.

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Independentemente de ser agnóstico, Arnaut sempre encarou o Natal como “espaço de eleição para exprimir a fraternidade, a inocência pura e a esperança na renovação da Humanidade”, declarou a Notícias de Coimbra o professor universitário Delfim Leão.

Doutorado em História da Cultura Clássica e professor catedrático da Universidade de Coimbra, Delfim Leão é um profundo conhecedor da obra literária de António Arnaut, falecido em 2018, co-fundador do PS e antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (Maçonaria).

O produtor do espectáculo é Paulo Bernardino, cujo pai, Joaquim Bernardino, foi conterrâneo do advogado e escritor.

Trata-se de uma obra coral-sinfónica, sendo que Paulo Bernardino quis transformar em música a poesia e ficção de ‘O Pássaro Azul’.

O evento conta com o patrocínio da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, da Unidade Local de Saúde conimbricense e do IPO de Coimbra.

O(a)s interessado(a)s na aquisição de bilhetes para pessoas com mobilidade reduzida devem entrar em contacto com a bilheteira do convento de S. Francisco (equipamento municipal), podendo fazê-lo através do endereço de correio electrónico bilheteira@coimbraconvento.pt ou do telefone 239 857 191.

Sem embargo de o advogado e escritor sempre se ter declarado agnóstico, o organista Paulo Bernardino encontrou em ‘Contos e poemas de Natal’ “o verdadeiro espírito natalício cristão”.

O organista pretendeu criar “uma obra musical de envergadura”, quer em duração (cerca de 60 minutos), quer em dimensão (orquestra, coro e solistas).

No preâmbulo de ‘O Pássaro Azul’ escreveu o autor que “de maravilhoso e comovente no Natal não são os brinquedos comprados pelos pais para as crianças; maravilhoso e comovente é o regresso dos adultos à pureza da infância”.

“Nasceu uma criança a que chamaram (…) Jesus, e o mundo ficou outro, um mundo novo, suspenso para sempre de uma cruz”, adverte, no poema ‘Milagre’, o autor de ‘O Pássaro Azul’.

Escreveu, ainda, Arnaut que Natal é “semente, luz, abraço e promessa a fecundar o vento”, sem deixar de questionar “quem Cristo expulsaria, agora, do Templo, se voltasse”.

“Todos nós temos um pássaro azul à espera; se olhares à tua volta, vê-lo-ás no alvor de todas as manhãs, na ardência de todos os ocasos, na saudade de todos os cais, na floração de todas as árvores, na teia de todos os cânticos e, até, no teu próprio rosto quando a alma te for o espelho de todos os sorrisos”, assinalou o advogado e escritor.

Para Delfim Leão, no poema ‘Felizes os que acreditam’, o autor “leva mais longe a ideia de que um espírito agnóstico não tem o bálsamo dos que crêem que o fim é o princípio”, embora confie em que “fica a memória, a obra, o nome / que os vindouros julgarão / conforme o ágio dos tempos”.

“É precisamente como contraponto a um ‘tempo de finitude’, da consciência terminal da vida, que a imagem da esperança se afirma, com discreta, mas intensa, luminosidade, nos poemas que abordam o Natal”, conclui o professor universitário.

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