Sabia que no nosso país só existe uma aldeia que tem uma basílica no seu território? Fique a conhecer os encantos deste destino rural incomum.
O Outeiro é a única aldeia em Portugal que tem uma Basílica. Esta curiosidade faz de Outeiro um destino rural especial. Quem pretender visitar esta aldeia deve viajar até ao concelho de Bragança, junto à fronteira com Espanha.
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A Basílica de Santo Cristo de Outeiro tem uma história antiga. A origem deste monumento remonta ao final do século XVII. Na época, os habitantes depararam-se com um milagre que sucedeu numa pequena capela local.
Santo Cristo esteve a “suar gotas de água” durante uma semana. Esse acontecimento foi testemunhado por um padre carmelita e um Juiz de Fora. A admiração e a devoção do povo surgiu imediatamente. Esse momento levou à conclusão de que era necessário construir uma igreja no local com outra envergadura, uma construção grandiosa.
Este local de culto começou a ser construído em 1648, na sequência da Restauração, após o nosso país ter recuperado a soberania em relação a Espanha. Hoje em dia, a peregrinação ao Santuário de Santo Cristo é inferior ao que foi noutros tempos, mas não deixa de gerar interesse. Afinal de contas, Outeiro é a única aldeia portuguesa com uma basílica.
A Basílica de Santo Cristo de Outeiro apresenta-se em estilo barroco. O templo destaca-se pela fachada monumental e distingue-se pela simetria e equilíbrio de proporções. No interior desta construção religiosa, podemos encontrar uma riqueza fascinante, com destaque para as pinturas. As paredes e o teto encontram-se cheios de pinturas, algumas delas datadas de 1768.
Na sacristia do templo, podemos encontrar “uma verdadeira escola bíblica”, uma obra de arte de um pintor espanhol setecentista. As paredes da sacristia apresentam cerca de 90 imagens emolduradas que representam cenas bíblicas com a vida de Cristo. A autoria dessas obras é de um pintor de Valladolid, Damião Bustamante. O pintor deixou um autorretrato como Baco, onde se pode ler uma inscrição em latim: “o vinho alegra o coração dos homens”.
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As pinturas do templo foram restauradas em 2011. Apesar da antiguidade das obras, hoje, elas estão como novas.
Os vários altares em talha dourada foram trabalhados ao pormenor e apresentam uma grande beleza. A presença da arca situada perto da entrada lateral da basílica também intriga os curiosos.
Este é um baú pesado com 785 kg. Esta estrutura foi criada com um único tronco de árvore e o seu conteúdo está guardado a sete chaves. Era neste baú que a confraria guardava os donativos recolhidos para a igreja. Cada chave era entregue a um grupo de sete elementos que tinha de estar presente na sua totalidade para a arca ser aberta.
Este templo também tem outros motivos de interesse. É uma das poucas igrejas portuguesas com um campanário em xisto. Além disso, a basílica é monumento nacional desde 1927, o que diz bem da sua relevância.
O processo que permitiu elevar o templo a Basílica levou quase tres décadas. Aconteceu devido à grandeza que a basílica apresenta e por tudo o que ela representa. Este desfecho positivo premeia a singularidade arquitetónica e a riqueza dos interiores do templo, dos seus altares e dos pormenores que tornam esta construção religiosa única.
Roma reconheceu o estatuto singular do templo. Por isso, a igreja foi levada ao ponto máximo de qualquer igreja cristã, a chamada basílica menor. Na Igreja Católica, somente as quatro em Roma (que se encontram diretamente ligadas ao papa) são consideradas basílicas maiores. As restantes são menores, como este templo, a única basílica portuguesa numa aldeia.
A Basílica de Outeiro passou a ficar diretamente dependente (em termos hierárquicos) da Basílica de S. Pedro de Roma. Há oito Basílicas no nosso país. Estão todas situadas em cidades, menos esta. Outeiro tem a primeira basílica numa aldeia.
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