Até domingo, “Os Cadáveres São Bons Para Esconder Minas” conta com mais três datas na Oficina Municipal do Teatro (OMT).
O espetáculo, criado originalmente em 2022 em coprodução com a Companhia de Teatro de Almada / Teatro Municipal Joaquim Benite, teve um grande impacto nos públicos que assistiram à primeira temporada. Durante os primeiros cinco dias de apresentações desta temporada de reposição, o feedback do nosso público continua a ir ao encontro desta ideia de um espetáculo muito forte e altamente marcante. Esta temporada de regresso à OMT marca o último de quatro regressos a palco que o Teatrão tem promovido desde janeiro no âmbito da celebração dos seus 30 anos de existência.
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Fala-se, cria-se e discute-se ainda muito pouco sobre as dimensões humana e social que habitam o passado/presente colonial português. “Os Cadáveres São Bons Para Esconder Minas” procura, 50 anos depois, aflorar o espaço temporal único que habita a cabeça de ex-combatentes e das suas famílias. Com dramaturgia original de Jorge Palinhos, a ficção apoia-se numa pesquisa documental baseada em testemunhos de soldados mobilizados para a Guerra Colonial, trabalho feito em parceria com o Núcleo de Coimbra da Liga dos Combatentes.
Em palco, cinco jovens atores – todos nascidos depois de 1990 – entram no papel de ex-combatentes da Guerra Colonial que vão recordando o seu tempo nas frentes de batalha.
Ao longo do espetáculo, a fronteira entre o presente e o passado vai-se diluindo e somos confrontados com os horrores e a barbárie que a guerra traz consigo. É preciso voltar aqui, conversar sobre o enorme custo social e humano que esta grande mancha na história recente do país teve e tem para que possamos iniciar um caminho de reconciliação – com quem, lá longe, viu a guerra destruir os seus países porque queria a liberdade e com as famílias de quem foi mandado para um continente distante morrer por um projeto colonial e uma ditadura fascista em decadência.
Nas palavras de Jorge Palinhos: “Não é bem um espectáculo, é mais uma assombração. Uma evocação angustiada da Guerra Colonial, que será o maior trauma português do século XX e que, como tantos outros traumas portugueses, foi varrido para debaixo do tapete. Só que este trauma recusa-se a ficar quieto por entre o pó e o esquecimento. E por vezes explode, de formas que raramente reconhecemos, mas a que dificilmente escapamos.”
“Os Cadáveres São Bons Para Esconder Minas” terá sessões nos dias 10, 11 e 12 de maio, às 19h (sexta e domingo) e 21h30 (sábado).
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Os bilhetes estão disponíveis para compra na OMT e aqui
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