Orquestra Clássica do Centro com Jorge Palma em Lisboa e Porto
Jorge Palma celebra, em outubro, os 45 anos de carreira com concertos nos coliseus de Lisboa e Porto, onde estará acompanhado pela Orquestra Clássica do Centro para dar “outras cores” às canções do autor do “Bairro do Amor”.
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Para assinalar o já quase meio século de carreira, Jorge Palma preparou com o maestro Rui Massena dois espetáculos com a Orquestra Clássica do Centro, que vão realizar-se a 05 de outubro, no Coliseu de Lisboa, e a 07 de outubro, no Coliseu do Porto.
“É um projeto que integra muitas frentes: o piano e a voz do Jorge, a banda do Jorge e a Orquestra Clássica do Centro”, disse à agência Lusa Rui Massena, sublinhando que foram três meses de trabalho em conjunto com Jorge Palma para preparar e escrever as composições para os cerca de 50 músicos que vão acompanhar o artista nos dois concertos.
Rui Massena diz que o público vai ouvir as canções de Jorge Palma “embrulhadas noutras sonoridades”, em que tudo concorre para “que a mensagem das canções passe, mas passe com outras cores”.
Nos concertos, estará uma seleção de parte dos êxitos, tendo em atenção os temas que podem “ficar mais ricos” acompanhados por uma orquestra, explanou Jorge Palma.
Para o músico com formação no conservatório – algo que lhe deu “algum gozo e alguma sabedoria” -, a orquestra dá outra “ambiência”.
“Uma orquestra pode ser extremamente leve e elegante, como pode ser robusta e agressiva. Jogamos com as dinâmicas, com a riqueza de sonoridade que a gente consegue”, contou à Lusa o músico.
No espetáculo, será possível escutar “Bairro do Amor”, “Estrela do Mar”, ou “A Gente vai Continuar”, mas pelo repertório não estará o ‘single’ que marca o seu início como artista, “The Nine Billion Names of God”, lançado em 1972.
“Não vou tocar o ‘Nine Billion Names of God’. Já nem sei a letra”, contou o músico.
No entanto, numa carreira com muitas fases “e até ruturas”, estará presente esse percurso que já soma 45 anos.
“Muita água correu, muita coisa aconteceu, muitas viagens, muita estrada”, sublinha, recordando os tempos em que aprendeu com Ary dos Santos, o exílio na Dinamarca, a influência de Sérgio Godinho e José Mário Branco, o festival da canção “marado” de 1975 em que participou, o tempo de descoberta e de viagem pela Europa, o regresso aos estudos académicos.
Para Jorge Palma, tudo acaba por estar presente no espetáculo, até porque considera que as suas canções mais recentes “coabitam bem com as primeiras, apesar de nas primeiras estar mais verde”.
Com 67 anos, diz que tem estado “muito ocupado”.
Os concertos com banda, espetáculos com outros cantores, projetos e colaborações levaram-no a ter pouco tempo para a escrita.
O músico não sabe para quando será um novo álbum, mas gostava de ter “uma dúzia de canções que prestam” escritas até ao final do ano.
No entanto, sublinha que “não é para levar muito a sério” qualquer previsão de novo trabalho editado.
Mesmo assim, a vontade de criar e de compor mantém-se viva: “É uma descoberta, sempre”.
“Acho que isso nunca vai desaparecer – a vontade de escrever, experimentar, mesmo que muita coisa vá para o lixo – e vai sempre muita coisa. Mas é um exercício muito saudável. Enquanto não chegar o Alzheimer, ou mesmo depois, vou continuar”, frisou.
Os bilhetes para os concertos já estão à venda e custam entre 20 a 45 euros.
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