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Orquestra Clássica do Centro coopera na afirmação da Morna como património cultural da lusofonia
A Orquestra Clássica do Centro (OCC), de Coimbra, e o Centro de Estudos da Morna, de Cabo Verde, vão cooperar no sentido de aprofundar o estudo e divulgação da canção nacional cabo-verdiana como património cultural da lusofonia.
O protocolo entre as duas entidades foi celebrado no final dos Encontros da Cultura Caboverdiana, que a OCC organizou de 3 a 15 do corrente mês de julho em parceria com associações de nacionais para celebrar em Coimbra os 40 anos da independência do país.
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O Centro de Estudos da Morna, coordenado pelo compositor e musicólogo Vasco Martins, está a desenvolver os trabalhos que fundamentarão a candidatura futura da canção nacional caboverdiana à classificação como Património da Humanidade pela UNESCO.
“Este protocolo vem selar a cooperação entre o Centro de Estudos da Morna e a OCC no domínio da transcrição musical e nos estudos e educação musical”, afirma Vasco Martins, que subscreveu o protocolo com a presidente da Associação da OCC, Emília Martins.
Para o musicólogo e coordenador daquele Centro, este protocolo é também “um passo para a Candidatura da Morna para Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO, ‘dossier’ que tem a superintendência do Dr. Humberto Lima, Presidente do Instituto do Património Cultural (de Cabo Verde) ”.
“A assinatura deste protocolo é mais um momento histórico para a nossa associação. É um valioso instrumento de trabalho de que passamos a dispor para poder contribuir para valorizar a Morna”, acentua Emília Martins.
Na sua perspetiva, o facto de Vasco Martins ser o coordenador “é um elemento facilitador, já que a OCC tem com ele um contacto privilegiado, não só por interpretar obras suas há cerca de uma década, como pelo facto de ser um dos poucos compositores de música erudita em África”.
No âmbito do protocolo, as duas partes comprometem-se à troca de informação e a aprofundar conhecimentos musicais, literários ou fílmicos, entre outros, no sentido da valorização da Morna.
Para Emília Martins, este protocolo dá continuidade e reforça o trabalho que a OCC tem vindo a desenvolver com Cabo Verde há mais de uma década.
Há um ano a OCC foi convidada pelo Ministro da Cultura, Dr. Mário Lúcio Sousa,a contribuir para a fundação da Orquestra Nacional de Cabo Verde, e o seu maestro, David Loyd e músicos a figurarem como seus integrantes.
Em 2014, respondendo a um repto do ministro, a OCC criou em Coimbra o Centro de Transcrição da Música Caboverdiana, para estimular a sua interpretação por grupos de formação mais clássica, de câmara e orquestras.
Os Encontros com a Cultura Caboverdiana, que encerraram dia 15 em Coimbra, tiveram como pontos altos um concerto de piano de Vasco Martins e um concerto da OCC com obras deste compositor, à exceção de “Morna et Cítara”, da autoria de Mário Lúcio, mas em que é responsável da orquestração.
Nesse concerto dirigido pelo maestro António Sérgio Ferreira, a que assistiram o Primeiro Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, e o Secretário de Estado da Cultura de Portugal, Jorge Barreto Xavier, foi o próprio Mário Lúcio, músico e escritor, e atualmente ministro cabo-verdiano da Cultura, a interpretar com a OCC “Morna et Cítara”.
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