Coimbra

Organizações protestam contra prospeção de gás em Aljubarrota e Bajouca

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 10-07-2019

Organizações nacionais e locais estão contra a pesquisa de hidrocarbonetos previstos para as localidades de Aljubarrota e Bajouca, no distrito de Leiria, e iniciam no sábado a primeira ação de protesto, foi hoje anunciado.

A campanha Linha Vermelha, desenvolvida pela Academia Cidadã em parceria com o coletivo Climáximo, promove no sábado uma ação de tricô na Bajouca “com o intuito de despertar consciências” e prevê juntar dezenas de pessoas de todo o país, mais os residentes locais.

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“Iremos ao local do furo [Bajouca] tricotar e fazer crochet com a população local e mostrar as nossas linhas vermelhas, que simbolizam o limite que a empresa não pode passar”, afirma João Costa, um dos coordenadores da Campanha Linha Vermelha, citado em nota de imprensa.

A ação simbólica serve, segundo os organizadores, para mostrar solidariedade para com a população local, que está contra o furo que a empresa Australis Oil & Gas pretende efetuar na Bajouca, numa concessão autorizada pelo Governo português em 2015.

A Campanha “Linha Vermelha” pretende informar e mobilizar mais cidadãos, “não só contra a exploração dos hidrocarbonetos em Portugal, mas também alertar para as alterações climáticas e para a aposta num futuro verde e de transição justa”.

“Não existem contrapartidas financeiras relevantes e há uma grande preocupação no que toca à contaminação de água para agricultura e consumo, a proximidade dos furos das habitações e a possibilidade de a multinacional utilizar técnicas ainda mais agressivas, como a fraturação hidráulica, também conhecida por ‘fracking’, contribuindo ainda mais para as alterações climáticas”.

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No dia 20, também um sábado, um conjunto de organizações, nacionais e europeias, promovem uma manifestação juntamente com a população, que culmina com uma ação de desobediência civil, no seguimento de um acampamento que começa três dias antes.

“Vão existir alguns grupos que vão ocupar o terreno onde a empresa quer fazer o furo de gás e, depois de entrarem, vão decidir o que querem fazer lá dentro”, adiantou à agência Lusa Sinan Eden, da organização.

O ambientalista salientou que a ação pretende ser “pacífica, festiva e combativa”.

“Todos os projetos de combustíveis fósseis e de novos projetos têm de ser cancelados de imediato”, defendeu Sinan Eden.

O Camp-in-Gás: Acampamento de Ação contra Gás Fóssil e pela Justiça Climática, que já conta com mais de 200 inscrições, inclui também 19 sessões sobre vários temas, como a crise climática, a luta internacional contra o gás e a floresta.

“A população local também está envolvida na preparação. Há várias oficinas e debates que contam com as pessoas da Bajouca como organizadoras”, salienta a organização, referindo que “já foram realizadas três reuniões abertas de preparação no local”.

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