Polícias

Organização diz que manifestação reuniu cerca de 13 mil profissionais da PSP e GNR

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 21-11-2019
 

A organização da manifestação conjunta de elementos da PSP e militares da GNR calcula em cerca de 13 mil o número de participantes no protesto por melhores condições salariais e profissionais.

Face a este número, este protesto de polícias, militares da GNR e apoiantes é um dos maiores de sempre de forças de segurança, deixando a ameaça de uma nova concentração de protesto a 21 de janeiro caso o Governo, através do Ministério da Administração Interna, não solucione as reivindicações da classe.

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O protesto começou às 13:00 no Marquês de Pombal, em Lisboa, seguido de um desfile pelas ruas Braancamp, Alexandre Herculano, Largo do Rato e São Bento, para uma concentração em frente à Assembleia da República, rodeada de um forte dispositivo policial.

Pelas 18:00 já poucos manifestantes estavam concentrados em frente à Assembleia da República, tendo a manifestação sido dado como terminada e os manifestantes de fora de Lisboa começaram a dirigir-se para os autocarros que os transportaram.

Depois de terminada a manifestação, o “Movimento Zero”, criado nas redes sociais e que hoje foi bastante visível no protesto, marcou para a praça do Comércio um “ato solene” a propósito dos confrontos entre forças de segurança naquele local, há 30 anos, quando elementos da PSP exigiam a constituição de sindicatos e foram repelidos pelos colegas do corpo de intervenção, num incidente que ficou conhecido como “secos e molhados”

Entre as reivindicações da classe policial e militar da GNR está o pagamento do subsídio de risco, a atualização salarial e dos suplementos remuneratórios e mais e melhor equipamento de proteção pessoal.

Com o lema “tolerância zero”, a manifestação conjunta foi organizada pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) e Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR).

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Apesar de o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, se ter reunido na quinta-feira passada com os sindicatos mais representativos da PSP e na segunda-feira com a APG/GNR, as estruturas decidiram manter o protesto, por ainda não estar definido um calendário para a resolução rápida dos problemas, apenas uma agenda de reuniões negociais.

Em comunicado, o gabinete do ministro informou que está em “preparação, em diálogo com os sindicatos e as associações profissionais, a nova Lei de Programação das Infraestruturas e Equipamentos para as Forças e Serviços de Segurança do MAI [Ministério da Administração Interna], para a período pós-2021, dando continuidade ao diploma que, desde 2017, permitiu instituir um novo modelo de gestão estrutural e plurianual de investimentos a realizar nas várias valências operacionais”.

Propõe ainda a definição de um Programa Plurianual de Admissões, “por forma a garantir o rejuvenescimento das Forças de Segurança”, a “preparação de um diploma específico sobre Segurança e Saúde no Trabalho aplicável às Forças de Segurança” e a “análise e revisão de suplementos remuneratórios, incluindo a questão do pagamento faseado dos suplementos suspensos entre 2011 e 2018”.

Estas são também as reivindicações das organizações que hoje se manifestaram, por considerarem que estas propostas não eram suficientes ainda para desmarcar a manifestação, reiterando que o primeiro-ministro e o próprio ministro da Administração Interna ao longo dos quatro anos da legislatura anterior tiveram tempo de analisar e estudar os problemas e que agora é tempo de agir o mais brevemente possível.

Entre as reivindicações que motivaram o protesto e além dos aumentos salariais está também a atualização dos suplementos remuneratórios, que “há mais de 10 anos que não são revistos”, o pagamento de um subsídio de risco e mais e melhor equipamento de proteção pessoal.

Os polícias exigem também uma fiscalização das condições de higiene, saúde e segurança no trabalho e que seja cumprido o estatuto na parte referente à pré-aposentação aos 55 anos.

A ASPP/PSP e a APG/GNR sublinharam que o novo Governo “não pode escudar-se na falta de conhecimento dos problemas nem desvalorizar as promessas feitas nos últimos quatro anos”, lamentando que, até ao momento, não tenha sido dada “uma palavra sobre o futuro destas instituições”.

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