Coimbra
Obras na Calçada de Santa Isabel perturbam moradores e negócios há mais de um ano (com vídeos)
O Notícias de Coimbra já tinha noticiado o atraso das obras na Calçada de Santa Isabel, que duram desde Abril do ano passado e que continuam atrasadas e sem prazo para conclusão à vista. Moradores e proprietários de cafés queixam-se de “muitas perturbações a nível de pó, falta de estacionamento e ruído”.
Estas queixas de residentes e comerciantes vêm na sequência das palavras proferidas pelo presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, na segunda-feira, após a sessão de Câmara, em que o autarca disse estar “a dar uma última oportunidade ao empreiteiro para mostrar o que vale” e concluir a empreitada.
Importa lembrar que estas intervenções na histórica Calçada tiveram início em abril de 2020 e viram em junho o prazo “já com todas as prorrogações” para a conclusão da empreitada findar.
No dia 12 de junho, foi aprovado na sessão do executivo municipal, por unanimidade, um documento para alertar o empreiteiro, mas no qual foi excluída a opção de posse administrativa da obra pela autarquia porque traria custos avultados e haveria uma “perda significativa do financiamento” europeu.
“No troço entre o largo do Convento [de Santa Clara-a-Nova] e a rua Carlos Pinto de Abreu ainda não estão terminados os trabalhos que permitam a circulação viária e os percursos pedonais não estão devidamente repostos” concluíram os serviços municipais ao desaconselhar a posse.
Isabel Martins, residente na Calçada de Santa Isabel, junto ao Convento de Santa Clara, apesar de considerar que as obras têm que ser feitas, explicou que as intervenções, à porta de sua casa a têm condicionado “em termos de estacionamento, a nível do pó que entra para casa a toda a hora, de eu querer entrar para casa muitas vezes e não conseguir” e criticou a morosidade das mesmas.
A moradora lamentou ainda que “muitas pessoas que gostavam de vir à missa à Rainha Santa já não possam, porque não há estacionamento” e referiu-se ao ruído causado pela maquinaria a efetuar os trabalhos na área como um “barulho infernal”.
Também José Peixoto, responsável pela café Rainha, situado apenas umas portas acima da casa de Isabel Martins refere que as obras “estão a afetar muito o negócio” e lembra que as obras “já tiveram início há muito tempo, perto do início da pandemia”.
O comerciante lamenta que as obras estejam a afetar tanto e diz que “nos dias das festas da Rainha Santa não esteve quase ninguém no estabelecimento”.
“Agora com este pó e com o corte de trânsito isto está a afetar bastante o negócio. Esta rua nunca foi lavada, nunca aqui passou um carro com água nem nada disso”, alertou José Peixoto
O responsável pelo café Rainha lembrou que estas obras vieram juntar-se aos efeitos nefastos que pandemia já teve no setor “Este ano foi uma coisa terrível, além da pandemia, as obras ajudaram a que as pessoas não viessem”.
No documento aprovado exige-se que o “empreiteiro execute a requalificação do largo do Convento até à entrada para o largo da Nossa Sra. da Esperança, para que as principais expectativas criadas pela obra não sejam defraudadas porque a configuração atual do largo não é condizente com a imagem que se pretende para este local tão emblemático”.
A empreitada, cujo prazo inicial era 30 de abriI deste ano, foi inicialmente adjudicada à empresa Tomás de Oliveira – Empreiteiros, S.A., mas uma vez que o adjudicatário mostrou dificuldades em iniciar os trabalhos, foi aprovada a cessão da posição contratual à empresa Toelta, Gestão de Investimentos e Concessões, S.A.
Este é o último aviso que “serve para não recorrer à posse administrativa da obra” por parte da Câmara Municipal de Coimbra, disse o presidente da Câmara em entrevista ao Notícias de Coimbra no final da sessão do executivo.
Veja os vídeos dos diretos NDC:
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