Cidade
Obras de arte da Coleção BPN vão ficar na Baixa de Coimbra
A Coleção BPN, adquirida pelo Estado, ficará em Coimbra, “onde se criará um novo polo de arte contemporânea portuguesa”, num edifício adquirido pela empresa municipal Águas de Coimbra, na Baixa da cidade, junto ao Arco de Almedina.
As perto de duas centenas de obras que compõem a coleção ficarão onde funcionou o antigo Banco Pinto e Sotto Mayor, que foi adquirido pelo município em 2014, disse hoje o presidente da Câmara de Coimbra, o socialista Manuel Machado, que falava aos jornalistas à margem da sessão quinzenal do executivo.
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A coleção ficará instalada nos três pisos superiores do edifício, contíguo ao Arco de Almedina, com acesso pela rua que deve o nome à torre medieval, já que o rés-do-chão (onde atualmente funciona um estabelecimento comercial), com acesso pela rua Ferreira Borges, não foi adquirido pela empresa.
A Baixa histórica de Coimbra terá, assim, “mais um forte motivo de atração”, sustenta Manuel Machado, sublinhando que se trata de uma “localização estratégica”.
As obras de arte da Coleção BPN vão ser integradas na Coleção do Estado e serão apresentadas na terça-feira, numa cerimónia no Forte de Sacavém, em Loures, anunciou hoje o Governo.
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, numa entrevista hoje ao jornal ‘online’ Observador, revelou que o Estado comprou a Coleção BPN por cinco milhões de euros, e que esta “ficará e será colocada em Coimbra, onde se criará um novo polo de arte contemporânea portuguesa”.
A ministra revelou que o Centro de Arte Contemporânea será criado naquela cidade, “em articulação com o município”.
A Coleção BPN é composta por perto de 200 obras de arte reunidas pelo ex-Banco Português de Negócios (BPN). O destino das obras aguardava decisão do Governo desde a nacionalização daquela instituição bancária, em 2008.
Este acervo é gerido pela Parups e pela Parvalorem, empresas criadas em 2010 para gerir os ativos e recuperar os créditos do ex-BPN, e cuja nova administração, liderada por Sofia Torres, iniciou funções em março do ano passado, substituindo o anterior presidente, Francisco Nogueira Leite.
De acordo com os relatórios e contas de 2017 das empresas, publicados em março do ano passado, no total, as duas sociedades detêm 196 obras, que foram avaliadas entre 4,1 milhões de euros e 6,1 milhões de euros, sendo 156 obras de artistas nacionais e 40 de artistas estrangeiros, principalmente do século XX.
Ainda segundo os relatórios, as 40 obras de artistas estrangeiros tinham um valor estimado em cerca de um milhão de euros, e as 156 obras de artistas portugueses, em perto de três milhões de euros, para o valor mais baixo do intervalo de avaliação.
A administração anterior fez um depósito de três quadros da pintora Maria Helena Vieira da Silva na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva.
Excetuando estas peças, o acervo de obras de arte do ex-BPN – que se encontrava anteriormente no cofre da Caixa Geral de Depósitos, na avenida 5 de outubro, em Lisboa, – está guardado, desde dezembro de 2016, pela empresa especializada Iterartis, com um seguro contratado com a multinacional Hiscox.
No acervo do ex-BPN – de onde saiu a polémica Coleção Miró, que estava para ser vendida no estrangeiro, mas acabou por ficar em Portugal – estão obras de artistas consagrados como Paula Rego, Amadeo de Souza-Cardoso, Mário Cesariny, Rui Chafes, Eduardo Batarda e António Dacosta.
João Pedro Vale, Pedro Calapez, Carlos Calvet, Vasco Araújo, Joaquim Rodrigo, Ana Vidigal, Eduardo Nery, João Penalva, Fernando Calhau, João Vieira, Nadir Afonso, Eduardo Batarda, António Sena, José Pedro Croft, Nikias Skapinakis, João Penalva, Pedro Casqueiro, Jorge Martins e Carlos Calvet também estão representados neste acervo.
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