Coimbra
Obesidade e Ingestão Alimentar Compulsiva em debate na UC
Profissionais de saúde e investigadores reúnem-se em Coimbra, nos próximos dias 25 e 26 de setembro, para discutirem novos avanços no tratamento da obesidade e da ingestão alimentar compulsiva.
O Congresso Internacional de Obesidade e Ingestão Alimentar Compulsiva, que vai decorrer no Auditório principal da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), conta com a participação do britânico Kenneth Goss, especialista internacional de referência em Terapia Focada na Compaixão para as perturbações alimentares.
No primeiro dia de trabalhos, destaque para a apresentação dos resultados da aplicação do BEfree, um programa inovador de intervenção em obesidade e dificuldades no controlo alimentar, desenvolvido por uma equipa do Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da UC ao longo dos últimos três anos.
O programa foi aplicado a mulheres com idades compreendidas entre os 18 e os 55 anos de idade, com obesidade ou excesso de peso e dificuldades no controlo alimentar, e provou ser muito eficaz.
No final da intervenção, «as mulheres apresentaram-se menos deprimidas e os comportamentos de ingestão alimentar compulsiva foram eliminados pela maior parte das participantes ou diminuídos a níveis subclínicos (episódios pontuais). Estes resultados são especialmente animadores e importantes, dada a conhecida dificuldade de tratamento deste tipo de problemas», realça Sérgio Carvalho, investigador do projeto.
Observou-se também a diminuição «do sentimento de vergonha e autocrítica, que são frequentes nestas doentes», afirma o investigador do CINEICC.
Sérgio Carvalho refere a «importância da inclusão de programas como o BEfree no Plano Nacional de Saúde» porque «a investigação mostra que há uma percentagem significativa da população com obesidade ou excesso de peso que apresenta dificuldades ao nível do controlo alimentar, e esta dificuldade deve ser alvo de intervenções especializadas.»
Este programa «pode ser particularmente importante para o sucesso a médio e longo prazo das cirurgias bariátricas, na medida em que a ingestão alimentar compulsiva se apresenta como um dos fatores que levam ao insucesso sustentado deste tipo de intervenções médicas para a obesidade», conclui Sérgio Carvalho.
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