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O último suspiro do Mouro do Mondego?
O executivo da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), aprovou uma minuta de protocolo a celebrar entre a Metro Mondego e o Município sobre a construção da chamada Via Central.
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O documento, ainda sujeito a alterações, foi proposto pela empresa, que, após o envio da versão final por parte da autarquia, pretende apreciá-lo e aprová-lo na sua próxima assembleia geral.
O projeto de abertura da Via Central, que ligará a Avenida Fernão de Magalhães (junto à Loja do Cidadão) à Rua da Sofia (na zona da Caixa Geral de Depósitos), foi recentemente aprovado pelo executivo da CMC.
Na minuta do protocolo, pode ler-se que o plano “respeita e dá cumprimento ao projeto do Metro Mondego e condições previstas”, motivo pelo qual “mereceu parecer técnico favorável da Metro Mondego, condicionado à aprovação” da Tutela, da Agência Portuguesa do Ambiente e da Direção Regional de Cultura do Centro.
Noutro ponto do documento é referida a necessidade de “assegurar o cumprimento de todas as obrigações e compromissos existentes, em particular, a DIA (Declaração de Impacte Ambiental) e o RECAPE (Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução)”.
O protocolo assegura que o acompanhamento da execução da obra será feito pela Metro Mondego (promovendo esta a articulação com a Agência Portuguesa do Ambiente no âmbito das medidas da DIA e do RECAPE).
Já, numa segunda fase, a empresa assume que cabe a si executar a infraestrutura ferroviária, sistemas técnicos e catenária necessários à passagem do metro ligeiro de superfície.
A CMC afirma que o projeto da Via Central, que coincide com o canal de passagem do sistema de metro na Baixa de Coimbra, contempla a futura instalação deste, criando condições facilitadoras à sua construção e diminuindo-lhe os respetivos custos.
Esta via terá uma largura de cinco metros, suficiente para permitir circulação rodoviária, no sentido Avenida Fernão de Magalhães-Rua da Sofia, com espaço adicional para cargas e descargas. O piso será revestido com cubo de granito, inclusive na zona da Loja do Cidadão – onde hoje existe betuminoso -, e as áreas pedonais com calçadinha de vidraço.
Citando Salman Rushdie, Ferreira da Silva afirma que este é, referindo-se à Metro Mondego “o último suspiro do mouro”. Este documento é um instrumento errado, conclui o vereador do CPC.
Francisco Queirós espera que a abertura desta via central contribua para a requalificação da Baixa de Coimbra. O vereador da CDU não vê mal nenhum que avance a Via Central, desde que devidamente acautelados certos pormenores.
A Via Central é o mal menor, refere Barbosa de Melo. Não se sabendo quando chega ao fim o processo do Metro,não podendo ficar como está, este caminho tem de ser trilhado com cuidado, acrescenta o eleito pelo PSD.
Carlos Cidade considera que o protocolo é muito cauteloso, por parte da Metro Mondego, concluindo-se que lhe dá boas garantias. O socialista entende que está salvaguardo o que vier a ser decidido em relação à ferrovia.
A Assembleia Geral da Metro Mondego está marcada para maio, informa Manuel Machado. Depois de ter efectuado uma retrospectiva história sobre o dossier do Metro que teima em não passar pelo meio de Coimbra, o líder do município conclui que há aqui um novelo que é preciso deslindar, a “bolha(imobiliária) já não existe”.
Protocolo aprovado com os votos favoráveis de PS e PSD, contra de CPC e abstenção de PCP.
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