Coimbra
O teu Natal é mais escuro que o meu?
Dois meses depois das eleições autárquicas, várias capitais de distrito que mudaram de cor asseguram que não vão aumentar os custos com iluminações de Natal face a 2012. Porto e Guarda são duas exceções.
Trinta mil euros é a verba que separa o investimento feito pela Câmara do Porto no ano passado, “um mínimo histórico” com resultados negativos, da verba de 80 mil euros já definida para a iluminação festiva pelo executivo presidido pelo independente Rui Moreira, eleito após 12 anos de coligação PSD/CDS.
Segundo fonte da autarquia, em 2012 “as coisas correram bastante mal”, daí a fasquia ter subido. Os gastos são exclusivos do município, sem patrocínios, e haverá ainda verbas semelhantes às do ano passado para outras iniciativas, como uma pista de gelo.
Na Guarda, cidade que não foi iluminada nos três últimos natais – a liderança camarária PS alegou contenção de despesas -, o novo presidente, Álvaro Amaro (PSD/CDS) decidiu retomar nas principais ruas “uma boa tradição que dá luz, cativa, atrai”, para dinamizar a economia local.
A instalação das luzes na cidade mais alta do país custa 800 euros ao município, de acordo com o autarca, uma vez que integra uma candidatura a um programa de regeneração urbana e será financiada em 85% por fundos comunitários.
Em Portalegre os gastos serão mesmo zero, tal como em 2012 (quando as verbas foram direcionadas para a área social), porque a colocação de luzes continua suspensa. “Não é prioritário, por causa da situação financeira em que se encontra o município”, disse à Lusa fonte do gabinete da presidente.
Apesar de a liderança camarária ter passado do PSD para um movimento, a decisão não surpreende: a presidente, Adelaide Teixeira, é a mesma, depois de em setembro ter sido reeleita, mas como independente.
Em Vila Real, laranja no anterior mandato, o novo executivo liderado pelo socialista Rui Santos manteve o orçamento de 11 mil euros destinado às atividades de Natal. Contudo, introduz novidades e, além das luzes espalhadas pelas principais artérias, haverá um mercado e uma mostra de presépios. A árvore, paga por privados, será a maior de sempre (sete metros).
Já a Câmara de Braga, presidida por Ricardo Rio (PSD/CDS/PPM), vai gastar menos nove mil euros e mesmo assim, segundo o autarca, mais ruas estarão abrangidas: “Felizmente, no âmbito do processo negocial que foi feito com a empresa, conseguimos não só ampliar a área coberta, bem como reduzir a adjudicação. Também conseguimos negociar a instalação de lâmpadas mais económicas”.
Ricardo Rio indicou à Lusa que as luzes custam 40 mil euros, mas a instalação e a energia consumida elevam o investimento para 60 mil, enquanto em 2012 o PS despendeu 49 mil euros na iluminação e 12 mil em energia.
Em Beja, socialista no ano passado, a nova gestão comunista vai investir 15 mil euros em várias ruas do centro histórico (a única área iluminada há um ano) e ainda nas quatro principais entradas da cidade, segundo o presidente, João Rocha. A quantia aplicada em 2012 não foi revelada.
O município de Évora, que também passou a ser gerido pela CDU, depois de destronar o PS, não especificou a verba deste ano, mas o vereador Eduardo Luciano referiu que a autarquia vai “reduzir ao máximo os custos”, devido aos “conhecidos constrangimentos financeiros”.
Tal como no Natal passado, assinalou, vai haver luzes “tanto quanto possível sem recurso ao exterior”, nos locais mais concorridos.
A Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra e a câmara, que passou do PSD para o PS, “estão a fazer todos os esforços” para iluminar algumas ruas da baixa e tem havido reuniões com os comerciantes para definir um programa ainda não concluído, indicou a vereadora Carina Gomes (Turismo e Cultura).
Em 2012, a autarquia investiu cerca de 15 mil euros.
Também no Funchal a presidência mudou de cor – do PSD para a coligação PS/BE/PND/MPT/PTP/PAN -, mas continua a ser o Governo Regional a promover o Natal da cidade, aposta turística forte do arquipélago.
A iluminação cabe a uma empresa e os trabalhos integram o concurso público para construção dos motivos e para montagem e desmontagem de luzes nas festas de Natal, nas passagens de ano 2012/13 e 2013/14 e nas festas de Carnaval 2013 e 2014, num total de 2,6 milhões de euros.
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