Portugal

O que se passa com as nuvens? O céu está a mudar e pode não ser para melhor

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 dias atrás em 24-03-2025

A distribuição, composição e quantidade de nuvens têm passado por transformações ao longo das últimas décadas. Estas mudanças estão afetar a capacidade das nuvens de regular a temperatura da Terra, e os cientistas ainda não conseguem prever com precisão os impactos no clima global.

As nuvens desempenham um papel essencial no equilíbrio térmico do planeta, refletindo parte da radiação solar de volta ao espaço e evitando o superaquecimento da superfície. No entanto, estudos recentes apontam que a cobertura de nuvens reflexivas tem diminuído, o que pode estar contribuindo para o aumento das temperaturas globais.

PUBLICIDADE

publicidade

Uma pesquisa do Instituto Goddard da NASA revelou que, nas últimas duas décadas, houve uma redução na quantidade de nuvens que refletem a luz solar, permitindo maior absorção de calor pela Terra. Além disso, um estudo da Universidade da Califórnia em San Diego, publicado na revista Nature, observou que os topos das nuvens estão mais elevados desde os anos 1980. Essa alteração favorece a retenção de calor na atmosfera, intensificando o efeito estufa, pode ler-se no tempo.pt.

PUBLICIDADE

Outro fator preocupante é o impacto da poluição na formação das nuvens. Cientistas da Penn State identificaram microplásticos na atmosfera, indicando que essas partículas podem influenciar a formação do gelo nas nuvens. Além disso, uma pesquisa internacional revelou que poluentes industriais também estão afetando a composição das nuvens, tornando-as mais finas e menos reflexivas.

Diante desses desafios, alguns especialistas investigam formas de manipular as nuvens para mitigar o aquecimento global. Uma das estratégias em estudo é o Marine Cloud Brightening (MCB), que procura aumentar a refletividade das nuvens sobre os oceanos para reduzir a temperatura. A técnica está a ser testada na Austrália, mas ainda há muitas incertezas sobre a sua eficácia e possíveis impactos colaterais.

Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, especialistas alertam que essas soluções são apenas paliativas. A maneira mais eficaz de conter o aquecimento global continua sendo a redução das emissões de gases de efeito estufa por meio da descarbonização da economia.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE