O conhecimento popular recomenda para sociedades onde intervêm marido e mulher que os cônjuges cortem as unhas até ao sabugo.
Luís Montenegro, que é jurista, aparou as unhas ao vender à mulher e aos filhos, em 2022, a quota que possuía numa empresa familiar, a Spinumviva.
Na edição desta quarta-feira do Correio da Manhã, pode ler-se que o Código Civil “limita venda entre cônjuges”, o que acarretará nulidade do negócio e implicará a permanência de 62,50 por cento do capital da empresa nas mãos de Montenegro.
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Para o jornalista António Sérgio Azenha, a consequência consiste em “reforço dos indícios de que [o chefe do Governo] está numa situação de potencial conflito de interesses”. Em nota editorial, o jornalista Eduardo Dâmaso alega que o episódio negocial “não é absurdo à luz da lei sobre conflitos de interesses”.
“Seria aconselhável”, conclui o articulista, “que o primeiro-ministro, o Governo e o PSD optassem por outra estratégia na explicação desta história, mais relacionada com efectiva prestação de contas do que com o insultuoso atirar de areia para os olhos dos cidadãos”.
O ‘caldinho’ confeccionado por Montenegro, a avaliar pela notícia do CM, tem tudo para cheirar a esturro. Assim sendo, restará ao primeiro-ministro esperar que se vão as unhas e fiquem os dedos. Mas um chefe do Governo sem unhas… não é a mesma coisa.
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