Portugal

“O Pancada”. Este serial killer “português” tem a cabeça num museu!

Notícias de Coimbra | 3 horas atrás em 22-10-2024

Fique a conhecer a vida de uma pessoa que ficou para a história pelas piores razões, pois tornou-se num famoso serial killer.

PUBLICIDADE

Ao longo da história de Portugal, já houve um vasto conjunto de personalidades que se destacaram por feitos incríveis. Da Era dos Descobrimentos ao futebol, várias figuras nacionais conquistaram um espaço de relevância que as tornaram em exemplos a seguir.
Há várias personalidades que podemos destacar, pelo talento para o desporto, pela alma artística, pelos feitos que levaram a grandes conquistas. No entanto, também há pessoas que ganharam fama pelas piores razões possíveis.


Uma delas até tem espaço de destaque num museu… Já ouviu falar em Diogo Alves? Fique a conhecer a vida de uma pessoa que ficou para a história pelos piores motivos: tornou-se num famoso serial killer.

PUBLICIDADE

publicidade

Quem foi Diogo Alves?
Este homem é reconhecido como o primeiro grande serial killer português. Ele terá sido seguramente uma das personalidades mais temíveis da nossa história. Apesar de ter nascido no interior da Galiza, em 1810, cedo emigrou para Lisboa.

Tinha apenas 13 anos quando se mudou para a capital portuguesa. Pouco ou nada se sabe sobre a infância e a juventude de Diogo Alves. Esses dados perderam-se há muito na bruma da história.

Na época, era comum fazer essa mudança para Portugal. Muitos outros galegos o fizeram para procurarem melhores condições de vida. A construção do aqueduto representou uma oportunidade de trabalho para muitos homens, jovens e adultos.

A sua construção foi realizada ao longo de várias décadas, entre 1731 e 1799.
Como o processo de construção do Aqueduto das Águas Livres era megalómano, muitas pessoas foram atraídas até Lisboa para materializar este projeto que foi considerado um dos feitos mais notáveis da engenharia dos séculos XVIII e XIX, no nosso país.

Vida profissional


A intenção inicial era Diogo Alves trabalhar na construção do Aqueduto das Águas Livres. No entanto, ele acabou por não seguir o mesmo destino de muitos galegos. Enquanto os conterrâneos se dedicavam à construção do Aqueduto das Águas Livres, ele optou por prestar outros serviços. Diogo Alves colocava-se ao serviço de várias famílias abastadas, trabalhando nas suas casas.

Ele chegou a trabalhar para famílias nobres. Diogo Alves começou a trabalhar como criado, mas chegou à posição de boleeiro. O seu trabalho era reconhecido. Ele até chegou a ficar como responsável de animais. Teve a responsabilidade de tratar de cavalos em várias casas senhoriais.

Ele conquistava a confiança dos patrões com o cumprimento exímio das suas funções. Diogo Alves era visto como um bom profissional. Alguns dos seus patrões até chegaram a emprestar-lhe quantias significativas.


Alguns historiadores defendem que Diogo Alves só enveredou pelo crime por ter ficado alterado pelo vício da bebida e do jogo. Ele envolveu-se no mundo das apostas em corridas de cavalo, o que levou a que acumulasse dívidas. A influência de Gertrudes Maria também terá contribuído para o seu fim. Esta mulher, conhecida como a Parreirinha, também não era uma alma boa. Tinha má fama.
O trabalho honesto mantido por Diogo Alves era insuficiente para ele financiar o seu estilo de vida. Por isso, ele tinha 26 anos (pelo menos) quando os seus roubos começaram.


Apesar dessa decisão de se manter afastado do rebuliço da emblemática obra, ele acabou por ficar associado à história do Aqueduto das Águas Livres, devido à sua personalidade sombria.


A alcunha de Diogo Alves era “o Pancada”. Uma designação adequada para alguém sem escrúpulos, capaz de cometer as maiores atrocidades.

O que terá feito Diogo Alves?


Diogo Alves tornou-se num assassino em série. O seu modo de proceder repetia-se. Ele abordava as vítimas, extorquia-as e matava-as. Foi com este modus operandi que Diogo Alves colecionou vítimas. Terá sido no ano de 1836 que ele cometeu a primeira atrocidade.


Ele abordava as vítimas quando elas acediam ao aqueduto. A maioria das suas vítimas eram lavadeiras e agricultores, pessoas que necessitavam de fazer um determinado percurso para assegurarem a sua subsistência.


O método de Diogo Alves consistia em atacar as vítimas, após o cair da noite. O impiedoso assassino usava esta estratégia de abordar as vítimas no momento em que elas se encontravam na viagem de regresso a casa, porque era menos provável haver testemunhas.


O Aqueduto das Águas Livres era um lugar discreto que permitia a Diogo Alves roubar e extorquir as vítimas sem que ninguém notasse. Após tirar o que queria das vítimas, o assassino podia atirá-las do topo do arco do Aqueduto das Águas Livres. A estratégia era simular uma morte voluntária, como se se tratassem de suicídios.
Em 1838, num momento em que tinha a sua amante como cúmplice, Diogo Alves realizou um golpe criminoso na Calçada da Estrela que desencadeou o seu fim. Esta relação adúltera desenvolveu-se até um ponto em que Diogo Alves foi viver com esta mulher, partilhando a casa com os filhos dela, uma menina e um menino.


No processo judicial relativo a este crime, não constam os assassinatos cometidos por Diogo Alves. Esses crimes terão ocorrido entre 1836 e 1839. Diogo Alves terá assassinado mais de 70 pessoas neste período, uma estimativa com base no número bizarro de “suicídios” que era mencionado na época.


Ele conseguiu acumular tantas vítimas sem causar grandes alarmismos, porque as suas vítimas eram de classe baixa. Logo, tratavam-se de casos que não recebiam grande atenção.

O início do fim


Diogo Alves mudou o seu paradigma. Ele passou a atacar casas residenciais após o fecho do Aqueduto de Águas Livres. No ano de 1839, ele cometeu um erro crasso: invadiu a habitação de um médico popular, a casa de Pedro de Andrade. Este crime teve mediatismo. Foi “O Crime da Rua das Flores”.


Diogo Alves matou o médico e a família deste homem muito estimado na área. O facto de ter poupado a vida de várias testemunhas ajudou a polícia a descobrir o autor dos homicídios.


Alguns dias depois deste acontecimento, foi apanhado em flagrante delito um membro do gangue de Diogo Alves. O “Enterrador”, como era conhecido este elemento do gangue, foi apanhado a assaltar uma casa. Mais tarde, ele confessou os outros crimes, entregando os restantes membros do gangue.

A morte e o estudo


Diogo Alves foi detido. Após ter confessado o homicídio do médico Pedro Andrade e da idosa da Calçada da Estrela, ele foi condenado à morte por enforcamento em 1840. No entanto, só no dia 19 de fevereiro de 1841 é que a pena foi cumprida.


Diogo Alves foi uma das últimas pessoas a ser condenada à morte no nosso país. Esse evento ocorreu no Cais do Tojo de Lisboa.


A cabeça de Diogo Alves foi entregue à Escola Médico-Cirúrgica. O objetivo desta ação foi permitir que os investigadores estudassem a cabeça e o cérebro de alguém responsável por cometer as piores atrocidades, atos de grande crueldade e frieza.

Museu da Faculdade de Medicina de Lisboa


É sempre interessante visitar um museu da medicina. No Teatro Anatómico, poderá ficar a conhecer mais sobre o corpo humano. Neste Museu da Faculdade de Medicina de Lisboa, é possível encontrar diversos objetos e itens intrigantes.


Um dos destaques do museu é a cabeça do assassino Diogo Alves. Ela encontra-se conservada em formol num lugar de destaque no museu. A foto da cabeça decepada de Diogo Alves e a história deste assassino é destacada em sites como Atlas Obscura, Wired ou Dangerous Minds, que deram uma fama internacional ao museu. Este museu também apresenta uma coleção de máscaras de pele.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE