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O grande erro (de todos) ao deixar o telemóvel ficar sem bateria

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 6 dias atrás em 04-04-2025

Imagem: depositphotos.com

Muitas vezes, ao usar o telemóvel fora de casa e com pouca bateria, tomamos a decisão de utilizar o dispositivo até a última carga disponível.

No entanto, esta prática aparentemente inocente pode estar a prejudicar a saúde da bateria do seu aparelho e reduzir a sua vida útil de forma significativa. De acordo com especialistas, deixar a bateria descarregar completamente não é tão inofensivo quanto parece.

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As baterias de iões de lítio, que alimentam dispositivos como telemóveis, computadores portáteis e veículos elétricos, são compostas por cátodos que podem ser feitos de níquel-manganês-cobalto (NMC), um composto presente em aproximadamente 50% dos carros elétricos no mercado. Estas baterias são eficientes, mas possuem uma fragilidade que muitas vezes passa despercebida pelos utilizadores.

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Quando a bateria do telemóvel chega a 0%, ocorre um fenómeno chamado “reação de quase-conversão”. O cátodo da bateria, ao ficar sem carga, reage com o lítio, formando o óxido de lítio (Li2O). Este processo é problemático porque, ao interagir com os eletrólitos da bateria, pode gerar gases como o monóxido de carbono, metano e hidrogénio, substâncias que danificam as células da bateria e comprometem o seu desempenho.

A situação piora ainda mais com a substituição do cobalto por níquel nas baterias, uma tendência crescente devido a questões ambientais e de direitos humanos. O níquel, embora mais abundante, é mais vulnerável ao fenómeno de degradação causado pela descarga excessiva. Um estudo revelou que baterias compostas por 90% de níquel, quando descarregadas repetidamente, podem perder até 96% da sua capacidade após apenas 250 ciclos de uso — um número alarmante comparado aos 500-600 ciclos de duração típica das baterias de iões de lítio.

Este novo estudo, publicado em janeiro na Advanced Energy Materials, alerta para o impacto negativo do descarregamento completo das baterias. O autor Jihyun Hong explica que, até agora, o impacto da descarga das baterias foi amplamente ignorado, mas que esta pesquisa oferece uma direcção importante para o desenvolvimento de baterias mais duradouras e resistentes.

Portanto, da próxima vez que estiver com o telemóvel a “beirar” o fim da carga, lembre-se: é sempre melhor deixar uma pequena reserva de bateria. Além de evitar danos a longo prazo, estará a prolongar a vida útil do seu dispositivo e a evitar problemas inesperados com a bateria.

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