Recentemente, uma publicação nas redes sociais alegou que o lançamento do “euro digital” será realizado em outubro de 2025, destacando que isso poderia resultar num controlo total das transações, com a possibilidade de rastrear compras e até bloquear pagamentos.
Esta afirmação gerou grande polémica, alimentada por um vídeo da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que foi interpretado por muitos como uma confirmação de que o “euro digital” substituiria o dinheiro físico. No entanto, será que a história está a ser bem contada?
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A declaração de Lagarde, proferida a 6 de março de 2025, foi retirada do seu contexto e está a ser amplamente partilhada de forma distorcida, explica o Polígrafo. Na conferência de imprensa, a presidente do BCE referiu que o banco tinha começado a trabalhar no “euro digital” há algum tempo e que estava a acelerar o processo, com uma previsão para a conclusão da fase preparatória até outubro de 2025. No entanto, ela não mencionou que esta data marcaria o início da implementação do “euro digital”, mas sim o prazo para a conclusão de um processo legislativo que ainda necessita da aprovação de várias entidades, incluindo a Comissão Europeia, o Conselho e o Parlamento Europeu.
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O BCE, em resposta a rumores que circulam nas redes sociais, explicou que o “euro digital” ainda está em fase de desenvolvimento e que não substituirá o dinheiro físico. “O dinheiro em espécie não será eliminado”, garantiu o Banco Nacional da Áustria à AFP, destacando que, ao contrário do que alguns afirmam, não está em consideração a eliminação do dinheiro físico. Além disso, o BCE anunciou que está a trabalhar no redesenho das notas de euro, o que indica que o dinheiro em espécie continuará a ser uma opção de pagamento.
De acordo com o plano do BCE, o “euro digital” será uma forma adicional de pagamento digital, destinada a responder a necessidades específicas, sem substituir o dinheiro físico. O objetivo é expandir a gama de opções de pagamento, incluindo o “euro digital”, que visa atender às mesmas necessidades do dinheiro em espécie, mas no ambiente digital, ao lado de outros instrumentos de pagamento existentes.
Em suma, a ideia de que o “euro digital” vai substituir o dinheiro físico a partir de outubro de 2025 é um mito. O BCE está a desenvolver o projeto como uma alternativa digital que complementará o sistema financeiro atual, sem afetar o uso do dinheiro em espécie, que continuará a ser uma forma válida de pagamento na zona euro.
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