Opinião
O diabo cobre com uma manta e descobre com um chocalho
É uma manta, não a de retalhos em cima da qual em brincava na minha infância albicastrense, tampouco um cobertor de papa, dos Trinta, na Guarda, para nos cobrir.
Esta manta estende-se, tapando de um lado, descobrindo doutro, deixando antever esse universo pessoal, sem justificação, nem vontade de a dar, basta-lhes a paisagem erguida, como aquele tipo que foi maoista e agora é banqueiro e, entrementes, tem uma empresa de capital social de 20 euros e despesas 150 mil euros, sem empregados, mas com donativos e uma estranha prestação de serviços.
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Ou aquele tipo de Espinho que junta 54 prédios entre rústicos e urbanos, tudo somando mais de um milhão de euros, que não merecem escrutínio e que, das duas uma. Ou resgatamos o imposto sucessório ou nos alistamos nas fileiras partidárias.
A política dá dinheiro e talvez isso explique o aumento acelerado da despesa e a diminuição da receita.
O rombo nas contas do país já marcha nos 6,4 mil milhões de euros. Entrementes, este é o terceiro ano seguido em que as empresas da Bolsa nacional somam lucros gordos, que somam 3015 milhões de euros no primeiro semestre e ainda nem todas apresentaram contas. Pelo meio somam-se greves e manifestações, com esta rapaziada a insistir no mínimo como salário.
Solução possível vem da Universidade de Coimbra que pretende dar segunda vida a sapatos. A sapatos, mantas e, porque não, vidas. Espera, vidas não pode ser, que isto é país de classe sem classe.
Regresso à universidade ocupada a desenvolver ferramentas para detetar danos em produtos usados e de um sistema multirobô capaz de desmontá-los e prepará-los para a sua reintrodução nas cadeias de produção.
E assim talvez consigamos viver, imaginem as potencialidades, se isto se vira aos restos de comida e aos cêntimos que teimam em persistir nas algibeiras.
Ou em certos negócios, não o da INAPA não interessa, importa é a Global Média ter liquidez e o Estado comprar as ações da Lusa, a agência de notícias pública e de caminho deter 95,86% do capital.
Ora tomem, abençoados do capital público e reparem no alerta que chega, – escrevi chega? de Bruxelas.
O relatório da UE levanta preocupações sobre a liberdade de imprensa em Itália, e tal como cá, a judicialização da liberdade de imprensa, com processos sucessivos.
A verdade sempre incomodou, não sabia era que a querem silenciar.
Ora temos de estar alerta, lutar pela herança que leva 50 anos de destrato e reagir à propaganda.
Que a conta a história deste jornal, sempre a lutar, apesar do serviço mostrado, fazendo jus ao povo: “O diabo cobre com uma manta e descobre com um chocalho”.
Tempos perigosos estes. Antigamente é que era bom, pregam alguns inchados sem perceber que nada de bom traz privação da liberdade de imprensa ou a compra de simpatias.
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