Portugal
O castelo do rei do Lixo: Conheça a história de um palácio que está abandonado!
No nosso país, há uma construção enigmática que está ligada a diversos mistérios. O castelo do rei do Lixo é um edifício abandonado que não deixa ninguém indiferente.
Portugal tem um vasto conjunto de edifícios emblemáticos. Muitos deles são monumentos bastante populares. Tornaram-se atrações imperdíveis nas zonas geográficas onde se encontram.
No território português, também podemos encontrar edifícios que foram abandonados, tornando-se apenas meras memórias de outros tempos. No nosso país, há uma construção enigmática que está ligada a diversos mistérios.
O castelo do rei do Lixo é um edifício abandonado que não deixa ninguém indiferente… Se nunca ouviu falar desta construção, está a perder uma história fascinante.
É desconhecida a razão da construção deste imponente edifício, porque o castelo nem sequer chegou a ser usado pelo milionário. O edifício manteve-se esquecido por quase 5 décadas.
O proprietário do castelo abandonado que ficou conhecido como Palácio do “Rei do Lixo” era irmão de Diogo Inácio Pina Manique, intendente de D. Maria I. O nome deste “monarca da lixeira” era Manuel Martins Gomes Júnior.
Ele era um convicto republicano. Num contexto temporal em que a Monarquia ainda existia em Portugal, ele resistia. Contudo, a monarquia encontrava-se ameaçada.
Manuel Martins Gomes Júnior fez uma fortuna considerável num negócio surpreendente e inesperado para muitas pessoas. Ele construiu um império com a compra e venda de lixo. Por isso, foi chamado “Rei do Lixo”.
Este homem singular foi pobre durante boa parte da sua vida. No tempo em que ele viveu, as pessoas que se encontravam na pobreza não recebiam quaisquer apoios sociais para tornar o seu quotidiano menos sofrível.
Ele foi um homem invulgar, como comprova o seu percurso. A descrição anglo-saxónica self made man retrata na perfeição este indivíduo que apresentava um instinto raro para os negócios.
Subir a pulso na vida é um percurso que muitos sonham ter e foi algo que ele conseguiu com o seu espírito empreendedor e a sua visão para o negócio. Podia ser mais agradável ser Rei dos brinquedos, Rei dos Leitões, Rei da Fruta,… Contudo, Manuel Martins Gomes Júnior realizou outro percurso e foi com o lixo que se tornou rei e rico.
Inicialmente, centrou as suas atenções numa mercearia. No seu trabalho, percebeu que se comprasse um moinho podia ser fornecedor de si próprio, o que era vantajoso. Após um incêndio, Manuel Martins Gomes Júnior foi recompensado pela seguradora.
Com esse dinheiro, fez um investimento na compra de um terreno para poder dedicar-se à agricultura. Além disso, o seu olho para o negócio fez com que arrendasse partes do seu terreno.
Como o dinheiro que ia conseguindo com o terreno permitia fazer outros investimentos, ele aumentava as terras, comprando outros terrenos.
Ele fez uma parceria no ramo da suínocultura e os sócios fundaram uma sociedade. No entanto, Gomes Júnior beneficiou com a morte do sócio, porque o destino fatal do parceiro fez com que ele se tornasse no único proprietário do negócio de criação de porcos.
Manuel Martins Gomes Júnior decidiu então investir na recolha do lixo de Lisboa. Este era um negócio estratégico, porque lhe permitia obter gratuitamente a alimentação dos porcos. Como detinha o exclusivo da recolha dos detritos da cidade de Lisboa, fez fortuna neste negócio de comprar e vender lixo. Por isso, tornou-se no “Rei do Lixo”.
Foi com este negócio que conseguiu construir um verdadeiro império. Com essa riqueza, o empreendedor realizou uma série de investimentos que lhe permitiu ser dono de boa parte do Barreiro.
O Castelo do “Rei do Lixo” é uma atração da região. O edifício abandonado está situado na freguesia de Coina, no Barreiro. Por isso, também é conhecido como Torre de Coina (ou Palácio da Bruxa), porque está ligado a mistérios e lendas.
Certo é que quem vem do sul, fazendo o seu percurso pela Avenida 10 de junho, facilmente identifica esta construção tão ostensiva. O palácio imponente foi uma excentricidade de um magnata do lixo.
Foi no século XIX que Manuel Martins Gomes Júnior se tornou proprietário da propriedade onde construiu um castelo. Este edifício foi erguido numa quinta. Tratava-se de uma propriedade rural datada do século XVIII. Manuel Martins Gomes Júnior iniciou a construção do seu palácio em 1910.
Apesar de ser descendente de pobres de Santo António da Charneca, tinha conseguido construir um autêntico império. À data da morte, Manuel Martins Gomes Júnior era dono de boa parte do Barreiro.
Ele faleceu em 1943. Manuel Martins Gomes Júnior não chegou a habitar a casa da Quinta da Torre, nem outro elemento da sua família, pois o imóvel não chegou a ficar completo.
Mais tarde, em 1957, a propriedade foi vendida a Joaquim Baptista Mota e António Baptista. Estes homens eram proprietários e industriais de curtumes. Eles constituíram a Sociedade Agrícola da Quinta de S. Vicente.
Atualmente, este palácio de um Rei que foi pobre tornou-se numa atração que atrai os olhares dos mais curiosos… Este edifício e território vive na incerteza. Apesar do palácio e a quinta estarem à venda, não surgiu nenhum comprador interessado em investir aqui o seu dinheiro.
Alguém que decida investir neste património histórico e arquitetónico poderá apresentar a mesma visão empreendedora do Rei do Lixo. Este edifício e território apresenta um grande potencial (turístico, industrial ou de habitação) que pode ser aproveitado por alguém com visão, com olho para um bom negócio, como Manuel Martins Gomes Júnior tinha…
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