Desporto
“O 25 de Abril ainda não chegou ao futebol”. Pinto da Costa critica diferenças de liberdade de expressão
A liberdade de expressão é usufruída de maneira desigual no futebol português, lamentou hoje o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, alvo de um processo pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
“O 25 de Abril ainda não chegou ao futebol. Não se pode ter opinião. Alguns podem. Por exemplo, o doutor [Frederico] Varandas [presidente do Sporting], quando falou do árbitro do [jogo com o] Vitória de Guimarães, o João Pinheiro, partiu-o todo e não teve nenhum processo. Alguns podem falar. Outros, se criticarem o que é evidente, levam processos. Espero que um dia o 25 de Abril chegue ao futebol”, reconheceu, em declarações aos jornalistas, à margem da apresentação dos candidatos da sua lista às eleições do clube.
O CD da FPF instaurou na quinta-feira processos disciplinares ao FC Porto e a Pinto da Costa, devido aos incidentes observados na derrota ‘azul e branca’ no terreno do Estoril Praia (1-0), para a 27.ª jornada da I Liga, disse à agência Lusa fonte ligada ao processo.
Além das incidências desse encontro, no qual o árbitro António Nobre expulsou o guarda-redes Diogo Costa e o avançado Francisco Conceição, ambos do FC Porto, e Bernardo Vital, defesa central do Estoril Praia, tendo punido de igual forma Luís Gonçalves, diretor-geral e administrador da SAD ‘azul e branca’, logo após o apito final, estão em causa as críticas feitas por parte do presidente dos ‘dragões’ à atuação da equipa de arbitragem.
Diogo Costa e Francisco Conceição também foram alvo de processos disciplinares, por incidentes decorridos já nos balneários do Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril.
Punidos com um encontro de suspensão, os dois internacionais portugueses cumpriram esse castigo na quarta-feira, quando o FC Porto, detentor do troféu, triunfou na visita ao Vitória de Guimarães (0-1), para a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal.
O órgão disciplinar federativo instaurou ainda um processo de inquérito ao aglomerado promovido no final da partida disputada na Amoreira, momento em que foi expulso Luís Gonçalves, com o diretor portista a ser suspenso por 30 dias e multado em 7.650 euros.
“Lamento que a presidente do CD da FPF esteja no dia 25 a comemorar os 50 anos da liberdade e da possibilidade de se falar sem ofender ninguém, tal como eu fiz. Tive até o cuidado de realçar – e volto a fazê-lo – a seriedade das pessoas [do organismo]. Os erros [dos árbitros] não têm nada a ver com a seriedade. Lamento que a presidente do CD vá estar na Assembleia da República, uma vez que é deputada, a comemorar as liberdades alcançadas. Acho que não devia ir lá”, atirou Pinto da Costa, aludindo a Cláudia Santos.
O líder do FC Porto foi ainda questionado sobre a alegada contestação do homólogo do Benfica, Rui Costa, ao árbitro João Pinheiro, após o empate em casa face ao Sporting (2-2), na terça-feira, para a segunda mão das ‘meias’ da Taça de Portugal, que afastou as ‘águias’ da decisão da prova, com uma derrota por 4-3 no agregado dos dois encontros.
“Penso que o Rui Costa está inserido no grupo do doutor Varandas, que pode falar o que quiser. Ele já tinha sido assim no jogo em Braga com o árbitro de então e não aconteceu nada”, comentou, ao recordar a eliminação do Benfica nos ‘quartos’ da edição anterior da Taça de Portugal, na sequência de um desaire na visita ao Sporting de Braga através do desempate por grandes penalidades (5-4), após igualdade 1-1 no fim do prolongamento.
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