Portugal

Nunca serão esquecidos: Misteriosos desaparecimentos de crianças em Portugal

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 mês atrás em 11-12-2024

Imagem: DR

O Dia Internacional da Criança Desaparecida assinala-se a 25 de maio. Mas, para os pais que nunca mais vão ver os seus meninos são todos os dias, dias de grande dor. Em Portugal, há vários casos por resolver.

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Perderam-se dos pais, alguém os levou. Para trás fica a juventude e uma infância. Serão eternamente pequeninos.

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É o caso de Sofia Catarina Andrade de Oliveira. Nasceu em 2002 e foi dada como desaparecida apenas mais que um ano depois. Foi retirada à mãe, com quem vivia, pelo pai, em Câmara de Lobos, Madeira. Na fuga, apanhou um táxi e depois boleia de um familiar, tendo sido deixado a pé, com a filha, às 21:30, no Caniço de Baixo. Duas horas depois, deslocou-se à esquadra da PSP, onde estava a mãe da menor a participar o desaparecimento. Sofia já não estava consigo.

Foi condenado a 9 anos de prisão efetiva pela prática dos crimes de coação na forma tentada, sequestro e subtração de menores. Perante polícia e tribunais, recusou sempre dizer onde estava a filha. Dizia apenas que a menina se encontrava bem e que o segredo do paradeiro ia consigo para a cova. Se estiver viva, terá hoje 17 anos.

Tatiana Paula Mesquita Mendes (ou Odete Araújo Freman) tinha nacionalidade guineense. Terá sido adotada com o conssentimento da mãe biológica, por um casal, com quem viajou para Portugal em maio de 2004. Nasceu em junho de 1998. Desapareceu em maio de 2005, a dias de fazer sete anos. Um ano depois, a mãe adotiva informou que a menor tinha sido por si entregue a outra pessoa, ainda no ano anterior, e que a menina tinha morrido mais tarde num acidente em Badajoz, Espanha.

O caso de Hélder Alexandre Ferro Pagarim Cavaco é um dos mais antigos em Portugal. Nasceu em julho de 1973, em Santiago do Cacém. Desapareceu em 1990, com 16 anos, na zona da praia de São Torpes, em Sines. Praticava surf.

De acordo com a descrição disponível no site da PJ, Hélder media 1,76 metros, tinha cabelo e olhos castanhos, e uma cicatriz sob o olho direito. Quando foi visto pela última vez, vestia calças e blusão de ganga azul e usava uma mochila da mesma cor com riscas amarelas e vermelhas. A família ainda não desistiu de encontrar Hélder.

Bem como o caso de Maddie McCann é um dos casos mais mediáticos, pelo mistério envolto e pelas teorias que espoletou. Estava de férias com os pais e os irmãos gémeos num alojamento da Praia da Luz, em Lagos, quando desapareceu do quarto onde dormia, a 3 de maio de 2007, enquanto os pais jantavam. Doze anos depois, a história continua a fazer correr tinta. Escreveram-se livros e, até a Netflix lançou um documentário.

Jorge Sepúlveda, natural de Massarelos, no Porto. Tinha 14 anos quando desapareceu em 1991. Naquele dia era feriado, celebração da Assunção de Nossa Senhora. Jorge levantou-se cedo nesse dia e saiu de casa sem que os pais soubessem. Não era a primeira vez que o fazia, mas desta não voltou. Foi visto a caminho do Tamariz por um colega e nunca mais se soube nada dele. A fotografia de Jorge Manuel já não consta do site da PJ.

Rui Pedro tinha 11 anos quando foi visto pela última vez, a andar de bicicleta, num terreno atrás do escritório onde a mãe trabalhava, em Lousada, na tarde de 4 de março de 1998.

Mais de 20 anos depois, este é um dos casos em que o tempo não leva a memória. Rui será hoje adulto, mas a imagem que continua a circular na Internet e nas televisões é a mesma. O rosto daquela mãe esteve sempre presente, lágrimas e muita dor.

Os contornos do desaparecimento não são claros. Muito se especulou. O tribunal deu como provado que o rapaz foi conduzido por Afonso Dias (condenado em 2013 a três anos e seis meses de prisão efetiva por rapto) a uma prostituta para ter relações sexuais, o que, segundo declarações da própria, acabou por não acontecer.

Afonso saiu da cadeira em 2017 em liberdade condicional. Continua a clamar inocência.

Cláudia Alexandra Silva Sousa nasceu em 1987 e desapareceu em 1994, a caminho da escola. Tinha 7 anos. Chamavam-lhe “Carricinha”. A mãe viu-a a dobrar a curva da rua, perto de casa e depois não a viu mais. Cláudia nunca mais apareceu.

Tinha uma cicatriz com cerca de 10 centímetros na coxa direita, outra no lábio inferior e outra num dedo da mão.

João Teles deixou de ser visto em 1998, meses depois do desaparecimento de Rui Pedro. Tinha 16 anos. Desapareceu em Câmara de Lobos, Madeira, de onde era natural. Se estiver vivo terá 36 anos.

Rui Pereira desapareceu de Famalicão em 1999. Exatamente um ano depois do desaparecimento de Rui Pedro, em Lousada. Brincava num parque junto ao bairro onde vivia.

Os únicos factos que constam do processo referem apenas que, na tarde de 2 de março de 1999, Rui brincava com um amigo no parque quando foi chamado pelo condutor de um automóvel, onde entrou.
A fotografia de Rui já não consta no site da PJ. O caso foi encerrado em 2007.

Os casos de desaparecimento não prescrevem. Mas algumas das crianças que aqui recordamos já não constam da base de desaparecidos da Polícia Judiciária.

Patrícia Cipriano, presidente da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APCD), explicou ao Jornal de Notícias as possíveis razões.

“Quando a PJ retira uma criança do seu site pode significar que esta foi localizada e não pretende que a sua imagem continue a ser divulgada (já sendo adulta) ou pode ter sido instaurada uma ação que vise a declaração de morte presumida dessa pessoa, vindo o Tribunal a declará-la presumivelmente morta. Nesse caso, a pessoa deixa de estar desaparecida e passa a estar morta para efeitos legais, não fazendo sentido continuar a ser exposta. Poderá também dar-se o caso de ser importante para a investigação a retirada da fotografia e informações do desaparecido, restringindo assim o acesso do público a essa imagem e informação”.

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