As cheias rápidas que atingiram uma zona remota no nordeste do Afeganistão provocaram pelo menos 150 mortos, segundo um novo balanço divulgado hoje pelos talibãs, que controlam a região.
O porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, citado pela agência Associated Press, disse que as inundações foram desencadeadas por fortes chuvas que assolaram a região no final de quarta-feira.
O chefe do conselho provincial do Nuristão, Saydullah Paynda, dera conta inicialmente de 40 mortos, mas admitira que o número de vítimas seria superior por estarem desaparecidas mais de 150 pessoas.
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“Apelo aos talibãs para que se apressem a ajudar as vítimas”, disse na altura Paynda, citado pela agência EFE.
Num comunicado divulgado na rede social Twitter, o porta-voz dos talibãs informou que os rebeldes ordenaram às suas próprias equipas de salvamento que se deslocassem à área afetada.
Não é claro como os talibãs estão equipados para lidar com emergências em áreas sob o seu controlo, que são na sua maioria zonas rurais.
Mujahid anunciou também a disponibilização de uma verba equivalente a cerca de 52.000 euros para operações de limpeza e ajuda às pessoas afetadas.
“Pedimos ao público que ofereça toda a ajuda possível à população afetada da aldeia de Mirdish”, acrescentou o porta-voz dos talibãs.
Segundo informações que chegaram a Parun, a capital provincial do Nuristão, as cheias repentinas inundaram Mirdish na quarta-feira, cerca da meia-noite local.
Esta aldeia situa-se no distrito de Kamdesh, não muito longe da fronteira com o Paquistão.
O porta-voz do governador da província, Mohammad Sayed Mohmand, disse que a inundação destruiu pelo menos 100 casas.
Mohmand disse também ter recebido relatos da existência de 60 mortos, mas admitiu que o número de vítimas mortais seja provavelmente muito superior.
Acrescentou que dezenas de famílias fugiram das cheias para a vizinha região de Kunar.
Em Cabul, o porta-voz do Ministério de Gestão de Catástrofes, Ahmad Samim Azimi, citado pela AP, disse ter relatos de pelo menos 100 mortos.
O Nuristão é uma região montanhosa e os talibãs controlam grandes extensões da província, uma das mais pobres e menos desenvolvidas do país.
A sua geografia montanhosa deixa os seus habitantes expostos a catástrofes naturais, como inundações e avalanches repentinas, que são frequentes no Afeganistão.
Em setembro de 2020, pelo menos 190 pessoas morreram devido a inundações repentinas que atingiram uma dúzia de províncias do Afeganistão e destruíram mais de 1.000 casas.
Desde o início da retirada final das tropas estrangeiras (dos Estados Unidos e da NATO) do território afegão, em maio último, e após quase 20 anos de permanência, os talibãs intensificaram as ofensivas em todo o país e conseguiram assumir o controlo de vastas áreas.
Cerca de 125 centros distritais em todo o país e várias passagens fronteiriças estão sob controlo talibã.
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