Saúde
Número de mães adolescentes aumenta
O número de mães adolescentes subiu 6,14% de 2021 para 2022. É o primeiro crescimento desta variável em três anos. No ano passado, houve 1591 jovens com 19 anos de idade ou menos que foram mães. Em 2021, tinham sido 1499. O aumento é de 92 casos, superior à última subida registada: de 2018 para 2019 o número de mães adolescentes tinha aumentado 49 casos. Antes disso, tinha vindo a diminuir desde 2011, informa o Jornal de Notícias (JN).
Relativamente ao número total de nascimentos no nosso país aumentaram, passando de 1,88% dos casos totais em 2021 para 1,89% em 2022. Em 2011, este valor ascendia a 3,78%, destaca Ana Aroso, vice-presidente da Associação de Planeamento Familiar (APF), que ressalva a descida, em dez anos, da taxa de fecundidade na adolescência para praticamente metade.
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Ou seja, ao longo dos anos, é cada vez menos provável haver maternidade adolescente em Portugal. “Subir 100 casos é um pico e no próximo ano deve voltar a descer”, explica ao JN.
Em comparação com os restantes países da Europa, Ana Aroso salienta que, há uma década, “estávamos na cauda da Europa e, passados alguns anos, chegamos a ter uma percentagem mais baixa do que Inglaterra, que tem uma forte cultura de educação sexual”.
Paulo Machado, vice-presidente da Associação Portuguesa de Demografia, não se mostra tão otimista, afirmando que, apesar de “a taxa de fecundidade na adolescência em Portugal se situar quase no fundo do ranking mundial” – ou seja, com melhores resultados -, “numa comparação de maior proximidade geográfica com os países da Europa ocidental, com um desenvolvimento semelhante ao nosso, a posição nacional relativa já não é tão boa”.
Para o Ministério da Saúde, questionado pelo jornal, “não se registam evidências de uma tendência de aumento da maternidade adolescente”, tratando-se, como é referido por Ana Aroso, de uma subida pontual.
No entanto, a representante da APF garante que a melhoria dos indicadores não pode ser sinónimo de desleixo. “Continua a ser uma vergonha, como país, que tenham nascido bebés de mães com 13 anos”.
Segundo um estudo da Universidade de Lisboa, é relevante o número “de jovens que nunca usaram preservativo (10,5%) ou que só o usam algumas vezes (23,7%)”.
“Os outros métodos mais utilizados são a pílula contracetiva e o recurso ao coito interrompido”, que ainda é usado por mais de 20% dos jovens, lê-se no estudo de 2022 em que foram entrevistados mais de dois mil jovens.
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