Saúde

Núcleo de Estudos diz que não isenção de taxas nas doenças autoimunes tem “impacto negativo” nos doentes

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 09-04-2014

 O Núcleo de Estudos de Doenças Autoimunes (NEDAI) afirmou que a não isenção de taxas moderadoras na maioria das doenças autoimunes “tem um impacto negativo” nos doentes.

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O aumento das taxas moderadoras e a não isenção para doentes crónicos leva a que haja “constrangimentos” e a um “condicionamento no número de exames e na regularidade das consultas” destes doentes, alertou Deolinda Portelinha, membro do secretariado do NEDAI e presidente da comissão organizadora da Reunião Anual do núcleo, que decorre entre 10 e 12 de abril, em Coimbra.

“Pode haver dificuldade na vigilância regular dos doentes, que seria recomendável”, disse à agência Lusa, sublinhando que estão identificadas mais de 100 doenças autoimunes e que se estima que cerca de 10% da população portuguesa tenha uma doença autoimune.

Deolinda Portelinha apontou para o caso dos diabéticos, “que têm isenção de taxas nas consultas e tratamentos relacionados com a doença”, defendendo uma “situação de exceção idêntica” para doentes autoimunes.

Salientou ainda que “parte destas doenças estava abrangida por algum tipo de salvaguarda”, mas, agora, “a isenção de taxas apenas é atribuída a partir do grau de incapacidade do doente”.

De acordo com a responsável, que esteve no processo de criação do Serviço Nacional de Saúde, hoje é possível observar “um retrocesso significativo” da qualidade do serviço.

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Deolinda Portelinha afirmou também que se tem registado um aumento do número de pessoas com doenças autoimunes, explicando que essa alteração pode dever-se “a um diagnóstico mais bem feito e atempado”, a “alterações do estilo de vida das pessoas” e a uma circulação de doenças que estavam confinadas a determinadas regiões do mundo.

Durante a 20ª edição da Reunião Anual do NEDAI, que decorre pela primeira vez em Coimbra, no Hotel Vila Galé, será entregue o Prémio NEDAI de Investigação em Autoimunidade e uma Bolsa de Estudo em Autoimunidade, com vista a reforçar “a política de apoio à investigação” na área, referiu.

No encontro, que deverá contar com a participação de especialistas internacionais como a espanhola Maria Cid e o britânico Christopher Denton, vão decorrer diversas apresentações de casos clínicos e uma sessão de esclarecimento dirigida a doentes, familiares e associações de doenças autoimunes.

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