O novo primeiro-ministro responsável pela transição na Síria, Mohammad al-Bashir, prometeu hoje “estabilidade” e “calma” ao povo sírio, desgastado por mais de 13 anos de guerra civil, numa entrevista à estação televisiva do Qatar Al-Jazeera.
“Chegou o momento de este povo usufruir de estabilidade e de calma, de ser cuidado e de saber que o seu Governo está aqui para lhe prestar os serviços de que necessita”, afirmou o novo governante sírio.
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Mohammad al-Bashir foi nomeado para o cargo pelos rebeldes islamitas que derrubaram o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, no poder havia 24 anos, numa ofensiva de 12 dias.
Após a sua nomeação, Al-Bashir declarou que o novo Governo estenderá a mão “a todos”, exceto àqueles cujas mãos estejam “manchadas com o sangue dos sírios”.
“Estendemos a mão a todos, exceto àqueles cujas mãos estão manchadas com o sangue dos sírios”, declarou Al-Bashir na entrevista à Al-Jazeera, onde apareceu ladeado da nova bandeira síria (três riscas horizontais, verde, branca e preta, com três estrelas vermelhas na risca lateral) e da da aliança rebelde islamita Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, em árabe, HTS).
Segundo o líder do Governo de transição, a Síria precisa de profissionais e tecnocratas para garantir o bom funcionamento das instituições do Estado, após 24 anos de Assad no poder.
“A Síria tem pessoas com grande potencial, mas o regime corrupto oprimiu esses profissionais nas prisões”, afirmou Al-Bashir, que até agora era líder do Governo de Salvação, o ramo civil do HTS que administrava a província de Idlib, o principal bastião da oposição a Assad.
Recordou também que o Comando das Operações Militares – a coligação de fações rebeldes que levou a cabo a ofensiva que conseguiu tomar Damasco no domingo passado – lhe atribuiu a tarefa de dirigir as instituições do Estado “até ao dia 01 de março próximo”.
Hoje, Al-Bashir dirigiu a primeira reunião do seu executivo, que se centrou na necessidade de “receber arquivos e dados das instituições do regime derrubado”, a fim de “pôr em marcha o trabalho durante o período de transição até que se redija a Constituição, para que os serviços não sejam suspensos”.
“Alguns ministros permanecerão nos seus cargos, como os da Justiça, do Património e do Interior, e há novos ministros no Governo de Salvação que não existiam no antigo regime. Serão escolhidas figuras adequadas ao próximo período”, indicou à Al-Jazeera.
A esse respeito, sublinhou que “a transição de poder foi paga em sangue às mãos deste regime criminoso”, ao mesmo tempo reafirmando que “a transferência de ficheiros de serviço para o Governo interino foi tranquila”.
“Apelamos a todos os trabalhadores das instituições para que regressem aos seus postos de trabalho, para que continuem a prestar serviços ao povo sírio, que muito se sacrificou ao longo dos anos. Agora é a altura de este povo desfrutar de estabilidade e calma,” insistiu.
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