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Novo livro do escritor Clovis Levi e da ilustradora Ana Biscaia, que vive em Coimbra, é lançado hoje
A Edições Xerefé, da Figueira da Foz, lança hoje o novo livro do escritor Clovis Levi e da ilustradora Ana Biscaia, “O Retrato (aquilo que não se vê)”, uma obra “pouco convencional” na literatura infanto-juvenil.
O livro é apresentado hoje no Centro Cultural do Penedo da Saudade, às 18:00, sendo depois possível comprá-lo em livrarias independentes de todo o país.
O oitavo livro lançado pela Xerefé é também o regresso de uma colaboração entre Clovis Levi e Ana Biscaia, a morar em Coimbra, que em 2012 venceu o Prémio Nacional de Ilustração com o trabalho que fez para outra obra da autoria do escritor brasileiro, “A cadeira que queria ser sofá”.
A obra, que foi escrita durante uma estadia de Clovis Levi por Portugal, em 2015, foi publicada no Brasil no ano seguinte, tendo o escritor desafiado Ana Biscaia a ilustrar o texto, contou à agência Lusa o autor brasileiro.
O livro aborda quatro crianças, com dez anos de idade, numa cidade pobre, desertificada, no Nordeste brasileiro, que são retratadas por um fotógrafo.
“Cada personagem vai sonhar o que vai acontecer na sua vida e há um corte, dez anos depois, para mostrar o que na verdade aconteceu com cada personagem”, explicou Clovis Levi.
Numa obra económica nas palavras, surgem ainda outras três personagens: uma cadela grávida sem dono, uma criança de 11 meses de idade que sofre de disenteria e um papagaio de papel apaixonado pelo vento.
Apesar de uma realidade dura, Clovis Levi refere que o livro vinca “a possibilidade de criação de novos futuros”, numa “abordagem otimista, mas nunca romântica”, com uma mensagem de esperança.
“Não tenho interesse em contar historinhas bonitinhas e muito românticas. Há otimismo, mas com pé na realidade”, realçou.
Ana Biscaia, quando leu o livro, teve a sensação de estar “a ver um filme”, salientando que a estrutura do texto “é muito pouco convencional nos textos para a infância, com entradas e saídas, que faz muito lembrar o teatro e o cinema”.
Para além de uma abordagem pouco comum na narrativa, o livro também se destaca por “características físicas um pouco invulgares”, sendo publicado em tamanho A3.
“Os mais pequeninos quase que podem andar sobre ele”, comentou a ilustradora.
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