Saúde
Novo coordenador da task force garante regras mais apertadas na vacinação
O novo coordenador da ‘task force’ para o plano de vacinação contra a covid-19, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, assegurou hoje que vai apertar as regras e o controlo do processo, além de exigir uma maior consciencialização dos envolvidos.
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“Claro que vamos apertar mais as regras, o aperto das regras é uma coisa importante, e o aperto do controlo também é importante, e também a consciencialização das pessoas que estão no processo”, afirmou aos jornalistas em declarações transmitidas pela RTP3.
Questionado sobre as medidas concretas que vai implementar, o militar ‘jogou à defesa’, mas sublinhou que já sabe quais são.
“O problema não está no processo em si de vacinação, está nas vacinas chegarem ao país, e é um processo que é macro europeu, pelo que Portugal não pode fazer muito mais”, lançou, garantindo que se sente capaz de ter êxito na nova missão, caso contrário, não teria aceitado o convite do Governo.
Segundo Gouveia e Melo, que reconheceu a existência de falhas na execução do plano de vacinação, “é prioritário atuar em todas as áreas, a começar pelas áreas onde não houve falhas”.
E acrescentou: “Vamos ter de analisar a razão das falhas e tentar evitar que elas se repitam. Há muita coisa para fazer, a lista é sempre grande. Imagine a complexidade de uma tarefa que é vacinar, grosso modo, duas vezes uma população de 10 milhões de habitantes”.
De resto, o vice-almirante assegurou que “as forças armadas apoiam o processo de vacinação e apoiam o Ministério da Saúde”, excluindo qualquer espécie de tomada de controlo das operações.
“O Ministério da Saúde tem uma estrutura que executa a vacinação, é uma estrutura grande, e nós temos de trabalhar com as pessoas que estão no terreno. Não vem ninguém de fora mandar em estruturas que estão a trabalhar no terreno. É um apoio mútuo”, vincou.
De acordo com Gouveia e Melo, esta colaboração permite aproveitar a “organização e estrutura” militar e o “conhecimento e saber” dos outros profissionais no terreno.
“Estou confiante que vamos conseguir ajudar a vacinar a população portuguesa e, haja vacinas, a vacinar o mais rapidamente possível”, lançou.
Sobre as notícias dos últimos dias acerca de pessoas que estão a ser vacinadas indevidamente, considerou que tal “é lamentável”, nem que fosse um único caso. “Bastava haver um desvio que fosse que era lamentável”, comentou.
Gouveia e Melo disse ainda que, como já faz parte da ‘task force’, apenas terá de se adaptar à nova posição (de liderança), uma vez que conhece bem toda a estrutura.
Sobre o papel das forças armadas no combate à pandemia, o vice-almirante salientou o trabalho desenvolvido em coordenação com o Ministério da Saúde, exemplificando com o aumento em 10 vezes da capacidade de resposta dos hospitais militares de Lisboa e do Porto, com o envolvimento de 700 militares no rastreamento de utentes e no apoio ao plano de vacinação.
“Nós somos ‘silent servçe’, gostamos de prestar serviço de forma silenciosa, porque não é estarmo-nos a pôr em bicos dos pés que vai ajudar o povo português. Nós, militares, estamos a ajudar o Ministério da Saúde, quem tem que realmente fazer o processo e o executar é o Ministério da Saúde”, frisou.
Ainda assim, Gouveia e Melo reconheceu que “houve e há sempre, em todos os processos, alguma tendência de desorganização, mas isso faz parte”, apontando para a “cultura militar”, conjugada com as orientações do Ministério da Saúde, como a melhor resposta a dar neste momento.
O novo líder da ‘task force’ adiantou ainda que o seu antecessor no cargo, Francisco Ramos, que pediu demissão, lhe transmitiu pessoalmente essa sua intenção, considerando que só o próprio pode avaliar se tinha ou não condições para permanecer no cargo.
“Ele achou, de forma muito honrada, que face ao que aconteceu na instituição em que tinha responsabilidade [Hospital da Cruz Vermelha], e também na outra instituição, que é a coordenação da ‘task force’, que não estava em condições de continuar. Tomou uma posição muito honrada e muito nobre”, afirmou.
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