Política
Nos Combatentes a lei Cristas serviu a Mortágua para atacar a direita e avisar o PS
A resistência da coletividade “Os Combatentes” à ameaça de um aumento da renda incomportável por causa da “lei Cristas” serviu hoje de mote à líder do BE para atirar à direita sobre habitação, mas também para avisar o PS.
“Estamos a procurar resistir, a reagir. Segundo a ‘lei Cristas’, que caiu em cima de nós como a tantas coletividades e a tantos particulares pelo país fora, temos previsto um aumento de renda brutal”, disse.
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Antes mesmo de entrar na campanha da AD esta noite, a antiga presidente do CDS-PP Assunção Cristas chegou à caravana do BE pela voz de José Alberto Franco, do Grupo Dramático e Escolar “Os Combatentes”, durante uma visita de Mariana Mortágua a esta coletividade em Lisboa.
A poucos metros da casa do antigo Presidente da República Cavaco Silva, a coletividade fundada em 1906 com caráter recreativo, cultural ou desportivo não quer dar lugar a mais um condomínio fechado e diz estar numa “fase de resistência” já que os seus responsáveis dizem que está “na crista da onda” para um eventual despejo.
Num dia que o BE dedicou à habitação, Mortágua percorreu o espaço desta associação, visitou o museu, cumprimentou as senhoras que todos os dias servem comidas e bebidas a quem passa pelo bar – hoje repleto de jornalistas e membros da comitiva – e no fim, com o palco vermelho de fundo, ouviu as queixas e as angústias desta e de outra coletividade.
Acompanhada pela primeira vez da cabeça de lista pelo Porto, a eurodeputada do BE Marisa Matias, a líder do BE falou no final aos jornalistas para mostrar que “a crise da habitação são muitas coisas”, desde as pessoas que não conseguem a pagar ou encontrar casa, mas também cidades de onde pessoas, escolas, coletividades ou promotores culturais são expulsas.
“Quem o disse foram os próprios representantes desta coletividade que estão agora a sentir o peso da ‘lei Cristas’, como muitas outras que nós temos visitado, e que agora estão a permitir estes aumentos de rendas que estão a expulsar estas coletividades”, acusou.
Mariana Mortágua quis falar diretamente aos portugueses para avisar que “a direita não tem nenhuma solução” já que foi quem “criou as bases da crise da habitação”.
“Não tem nenhuma outra solução que não seja mais selvajaria no mercado da habitação e nós queremos o contrário disso, queremos políticas de decência, queremos limites às rendas especulativas, baixar os juros do crédito à habitação”, concretizou.
Na opinião da líder do BE, “só há uma solução para a crise da habitação e para baixar o preço das casas” e “é o Bloco de Esquerda que a traz”, aproveitando o tema para apelar ao voto nos bloquistas.
Quando as perguntas dos jornalistas chegam à falta de pontos em comum entre os programas de BE e PS sobre a habitação, Mortágua puxou a fita do tempo atrás e recordou os tempos da geringonça.
“Eu já assisti a um programa de Governo que não tinha nada a ver com o programa que o Partido Socialista levou às eleições”, lembrou.
A líder do BE mostrou-se otimista quanto a “um entendimento para um programa de Governo que tem que resolver a crise da habitação”, mas voltou a aproveitar para um apelo ao voto.
“Quando as pessoas estão a votar no Bloco de Esquerda, estão a votar nos tetos às rendas, para que a Caixa Geral de Depósitos baixe os juros do crédito à habitação e é com esses votos e é com essa força que nós vamos impor os tetos às rendas e que vamos impor a descida dos juros do crédito à habitação”, prometeu.
Caiu o pano desta visita do BE ao espaço de “Os Combatentes” e o próximo ato da campanha será já esta noite em Leiria, num jantar comício rumo às eleições legislativas de 10 de março.
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