O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR/N), Emídio Gomes, considerou hoje “histórico” que três associações empresariais do Norte e do Centro se “tenham unido em torno” do tema das infraestruturas e logística.
“O documento é da Associação Empresarial de Portugal (AEP), da AIMinho – Associação Empresarial e do Conselho Empresarial do Centro (CEC)”, afirmou esta manhã Emídio Gomes aos jornalistas, referindo-se ao documento com propostas do programa de infraestruturas e logística, cuja divulgação esteve programada para terça-feira mas que acabou por ser cancelada por alegados motivos de agenda.
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O responsável, que se escusou a comentar o cancelamento da conferência para a divulgação das propostas para os futuros investimentos na rede logística e de transportes nacional aproveitando os próximos fundos comunitários, apenas acrescentou: “bem hajam as três associações por se terem entendido e bem hajam as comissões de coordenação [do Norte e do Centro] por terem dado o apoio técnico necessário a que o documento tenha sido bem escrito”.
De acordo com a edição de hoje do Jornal de Negócios, o documento “Memorando sobre Investimento em Infraestruturas de Elevado valor Acrescentado – Região do Centro e Região do Norte” contém, entre dezenas de propostas, a reivindicação da abertura da Base Aérea de Monte Real ao tráfego civil, “que serviria de aeroporto complementar ao da Portela”, e a “expansão da capacidade de movimentação de passageiros do aeroporto do Porto dos atuais seis para nove milhões anuais”.
O documento aponta também como fundamental “a disponibilização de um novo terminal de contentores em leixões, a realização dos investimentos de qualificação e de continuidade programados para os portos de Aveiro e da Figueira da Foz e, em Viana, a nova ligação rodoviária do porto à rede principal”.
É também defendida a construção de uma nova ligação ferroviária no eixo Porto (Leixões)/Aveiro – Salamanca – Valladolid – Irun, bem como a construção de mais ou a ampliação das atuais linhas do metro do Porto, assim como a conclusão do sistema de mobilidade do Mondego.
Este programa, que seria apresentado na terça-feira pelas comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e do Centro e pelas AEP, CEC e AIMinho, surge após a criação pelo Governo de um “Grupo de Trabalho com o objetivo de apresentar ao Governo as recomendações relativamente ao investimento em Infraestruturas de Elevado valor Acrescentado”.
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Este grupo de trabalho, criado em agosto pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, não inclui nenhuma comissão de coordenação nem qualquer associação empresarial de base regional.
As recomendações do grupo e trabalho deverão traduzir-se em investimentos na rede rodoviária e ferroviária nacional, em propostas para a simplificação administrativa da cadeia logística e para aprofundar o princípio do utilizador-pagador.
Emídio Gomes falava aos jornalistas à margem da Conferência “A Multimodalidade na AM Porto – Uma oferta integrada de qualidade”, promovida pela Transportes & Negócios e Comunidade Portuária de Leixões, que teve como objetivo refletir e promover sobre a conjugação de estratégias das principais infraestruturas logísticas da região, existentes ou em projeto.
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