Natacha Correia é uma mulher que vive bastante condicionada, tudo porque, é alérgica ao Wi-Fi. É um pouco estranho, não? É um caso pouco consensual e que tem gerado polémica.
A funcionária pública, que também é licenciada em psicologia explica que sente “dores de cabeça muito intensas, mal-estar geral, muito cansaço, como se ficasse sem forças, uma sensação de queimação”. Tudo começou quando vivia numa casa que, garante à CNN Portugal, era “super boa”.
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Um amigo de Natacha relata um episódio em que, numa saída para jantar, a mulher se terá sentido mal e lhe terá pedido para saírem do local.
Em 2007, viveu num apartamento onde, no topo do edifício existia um conjunto de antenas de telecomunicações. Entretanto, mudou de casa para uma vivenda onde passou a sentir-se melhor. Até que, tudo voltou.
Vive agora numa casa geminada e questionou o vizinho se tinha internet ao que ele lhe confirmou. A mulher pediu para que, durante a noite, desligasse o router e garante que, logo notou uma “diferença muito grande”.
Sem uma explicação para o sucedido, Natacha procurou a ajuda de um médico. Dirigiu-se a um hospital onde a colocaram “em causa” e a “criticaram”. Só encontrou uma profissional que acreditava nela.
Alega sofrer de “hipersensibilidade à radiação eletromagnética não ionizante: a radiação emitida pelo Wi-Fi, mas também pelos micro-ondas, telemóveis, computadores e antenas de comunicações”, pode ler-se na notícia.
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O médico Juan Carlos Herrera diz que “as radiações que são não ionizantes podem criar sintomas na maioria das pessoas que são muito leves e que não são percebidos no dia a dia, mas algumas pessoas que têm aquela hipersensibilidade podem desenvolver”.
Contudo, isto não é unânime. A Organização Mundial da Saúde (OMS) não desvaloriza os sintomas, acredita que são reais e podem ser mais ou menos severos, mas classifica-os como uma intolerância ambiental sem causa conhecida.
Países como a Suécia e a Alemanha já reconhecem a hipersensibilidade à radiação eletromagnética como uma patologia, mas não é o caso do nosso país.
O dia-a-dia de Natacha é um verdadeiro inferno. Sensível a estas radiações, a mulher, no local de trabalho, está cercada por sinal Wi-Fi. “Digo só que me sinto mal, que não estou bem, as pessoas percebem que eu estou incomodada, digo que é o ar condicionado. Porque se eu falar ‘sou muito sensível, a rede incomoda-me, não consigo estar, é um incómodo muito grande, não estou bem’ as pessoas pensam que ‘pronto, esta coitadinha não está boa da cabeça’”, conta.
Para provar que diz a verdade, a Natacha ofereceu-se para fazer um teste nas instalações da TVI (mesmo grupo da CNN Portugal). Às cegas, é conduzida por várias salas que têm rede e há uma que não tem internet. Acerta em todas.
Consegue dizer que numa sala há sinal fraco, noutra não sente quase nada e numa outra afirma que a ligação é forte.
Em França, uma mulher já conseguiu uma pensão de invalidez por causa da hipersensibilidade à radiação eletromagnética.
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