Saúde
Não residentes têm chegado ao Algarve mas “em pouca quantidade”
O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) admitiu hoje que nos últimos dias têm chegado ao Algarve pessoas que não residem na região, embora “em pouca quantidade”, situação confirmada pelas autoridades policias que dizem que “pouco” podem fazer.
PUBLICIDADE
Em conferência de imprensa da Comissão Distrital de Proteção Civil, António Pina referiu haver pessoas de outras zonas do país “que não foram sensíveis ao apelo” das autoridades e se deslocaram para o Algarve, embora “em pouca quantidade” e que estão alojadas, na sua maioria, nos concelhos mais turísticos.
Questionado pela Lusa sobre a perceção das autoridades locais relativamente ao número de não residentes que se instalaram na região, aquele responsável frisou que os dados que tem são de caráter “informal” e se baseiam, sobretudo, em relatos que chegam aos autarcas, através dos munícipes, e também das forças de segurança, que se apercebem de que “algumas urbanizações estão agora mais habitadas”.
“Mas não criemos alarmismos, porque de facto há alguns, mas não são assim tantos”, sublinhou o também presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil, acrescentando esperar que essas pessoas “saibam ter os mesmos comportamentos que os algarvios tiveram até agora”.
Na mesma ocasião, a delegada regional de Saúde, Ana Cristina Guerreiro, também afirmou que as equipas municipais de Proteção Civil “têm referido que notam algum movimento de pessoas de fora”, no entanto, considerou, esse acréscimo de pessoas “não terá grande impacto” na situação epidemiológica do Algarve.
Fonte do comando distrital de Faro PSP adiantou à Lusa ter recebido queixas, “essencialmente no concelho de Portimão”, através de “e-mail ou telefone” ao longo dos últimos dez dias, de pessoas que “supostamente têm chegado a segundas habitações” vindas de outros concelhos.
No entanto, o facto de já terem feito a viagem” leva a que as autoridades policiais “pouco” possam fazer, “a não ser que seja possível provar que o dia da deslocação ocorreu durante o período [de obrigatoriedade de permanência no concelho de residência] decretado pelo Governo”, através de “testemunhas ou prova de circulação na autoestradas” exemplificou a mesma fonte.
Em declarações à Lusa, a presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, reconheceu que alguns munícipes lhe relataram situações de não residentes que têm chegado ao concelho, “com casas que não são ocupadas no inverno a revelarem movimentos de ocupação”.
“Tenho 100% de certeza que há pessoas a quebrarem a obrigatoriedade de ficaram no seu concelho. Ainda ontem um taxista me evidenciava ter encontrado imensos carros a tirar malas e a levá-las para os apartamentos e que não percebia isto”, lamentou, adiantando que o aumento de afluência de pessoas e notou “até nos supermercados”.
Considerando que as autarquias ”pouco podem fazer nestas ocasiões”, revelou que a Câmara de Portimão está a sensibilizar as pessoas “para não saírem de casa e cumprirem as regras” através de mensagens transmitidas “em português e em inglês” pelas sirenes de aviso de ‘tsunami’ e a tocar a sirene dos bombeiros “quando são detetadas muitas pessoas nas ruas”.
Isilda Gomes elogiou a medida tomada pelo Governo, argumentando que já “não é altura de colocar militares na rua a encaminhar a pessoas para casa,” notando que se trata de uma questão de “consciência cívica e de responsabilidade que muita gente não tem”.
Na semana passada, a PSP chegou a detetar situações em que os cidadãos “não justificaram cabalmente” a ida a uma cidade a 50 quilómetros de distância da sua área de residência “para irem a um supermercado ou a uma farmácia” tendo sido “acompanhados até ao limite do concelho” para que se dirigissem para casa.
Àquela força policial têm chegado outras denúncias, nomeadamente, a existência de “ajuntamentos” ou relativas a vizinhos “que não estarão a cumprir com algumas das medidas de contenção” impostas pelo estado de emergência.
Contactada pela Lusa, fonte da Guarda Nacional Republicana informou “não ter recebido nenhuma denúncia oficial” de casos semelhantes, no Algarve.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado no dia 02 de abril na Assembleia da República.
O decreto da renovação do estado de emergência devido à pandemia de covid-19 estabelece uma maior limitação à circulação no período da Páscoa, mais concretamente entre as 00:00 da passada quinta-feira e as 24:00 do dia 13 de abril, período no qual não se pode circular para fora do concelho de residência habitual.
Related Images:
PUBLICIDADE