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“Não fiz aquela fogueira por mal, nem pensei que me ia causar aqueles problemas”
Uma mulher, de 52 anos, suspeita da autoria de um incêndio florestal ocorrido em junho de 2024 em Ovar, no distrito de Aveiro, admitiu hoje ter ateado fogo à vegetação existente junto à sua residência, mas disse que não o fez por mal.
“Não fiz aquela fogueira por mal, nem pensei que me ia causar aqueles problemas”, disse a mulher, que começou hoje a ser julgada no Tribunal de Aveiro por um crime de incêndio florestal agravado.
Perante o coletivo de juízes, a arguida contou que ateou “uma fogueirita” em frente ao portão da sua residência, quando estava a fazer uma limpeza do local, por haver ali “muita bicharada”.
“Aquilo só fazia fumo. Não deitava labaredas, nem fagulhas”, disse a mulher, adiantando que não havia necessidade de chamar os bombeiros, uma vez que tinha uma mangueira de água, se fosse necessário apagar alguma coisa.
A mulher afirmou ainda desconhecer que era necessária uma autorização da autarquia para realizar uma fogueira naquela altura do ano.
O coletivo de juízes ouviu ainda a mulher que chamou os bombeiros, quando estava a circular de carro no local, e viu “dois montes de entulho com pasto a arder” à beira da estrada.
“O tempo estava muito abafado e a qualquer momento aquilo podia-se propagar”, contou a testemunha.
Foi também ouvido um inspetor da Policia Judiciária (PJ) que referiu que a arguida já estava a ser investigada desde 2020 por factos relacionados com fogos, que “ocorriam sempre” junto à sua residência.
O caso ocorreu na tarde de 2 de junho de 2024.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a arguida saiu de casa munida de fósforos e, de seguida, pegou fogo à vegetação existente junto do muro que delimita a sua propriedade, em Válega, Ovar.
De acordo com a investigação, o fogo evoluiu rapidamente para “labaredas de grandes dimensões e abundantes”, o que acabou por assustar a arguida, que aparentava estar alcoolizada, e provocar-lhe algumas queimaduras nos membros superiores.
Devido à pronta atuação dos bombeiros, o fogo acabou por consumir apenas uma área de 50 metros quadrados de estrato herbáceo.
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