Coimbra
“Não está tudo bem”: Quarentena Académica exige apoios para combater crise no ensino superior
A plataforma de apoio a estudantes Quarentena Académica concentrou-se hoje junto ao Palácio da Ajuda, onde decorre o Conselho de Ministros e na Praça D. Dinis em Coimbra, para pedir ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior medidas de apoio para o ensino superior.
Inês Castela, aluna do curso de Sociologia e porta voz do movimento, disse à agência Lusa que a plataforma nasceu da iniciativa de um conjunto de estudantes a nível nacional depois de terem tido conhecimento de situações de necessidade junto de estudantes do ensino superior.
“Começámos a perceber a existência de necessidades logo que foi decretada a crise sanitária e pandémica. Com ela veio também uma crise económica e à nossa volta começaram a surgir pessoas com grandes dificuldades, com agregados familiares sem rendimentos, famílias e estudantes em ‘lay-off’ e no desemprego”, enumerou a estudante da Universidade do Algarve.
De acordo com Inês Castela, desde há dois meses, quando nasceu a plataforma, já foram recebidas mais de 300 queixas, que os estudantes hoje pretendem fazer chegar em mão ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.
“O que pedimos é resposta para estas questões, que são maioritariamente relacionadas com propinas, taxas, emolumentos e ação social. São problemas que já anteriormente existiam e que com a crise económica que está instalada se agravaram”, explicou Inês Castela, acrescentando que há também problemas com o alojamento de estudantes deslocados e casos de ‘burnout’.
Por isso, a estudante sublinha que é “urgente” que sejam definidas “linhas orientadoras a nível nacional”, sob risco de o próximo ano letivo poder estar em causa para centenas de alunos.
“Existe o risco de alguns estudantes não seguirem os seus estudos e estamos aqui porque queremos combater esse abandono escolar, que temos a certeza que já começou e vai continuar. Precisamos de respostas e soluções que permitam mitigar este problema”, terminou a porta voz da plataforma Quarentena Académica, que espera que da reunião do Conselho de Ministros saiam “medidas de apoio financeiro” para o ensino superior.
Portugal contabiliza pelo menos 1.455 mortos associados à covid-19 em 33.592 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado hoje.
Relativamente ao dia anterior, há mais oito mortos (+0,6%) e mais 331 casos de infeção (+1%).
Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, que sexta-feira foi prolongado até 14 de junho, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
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