Cidade
“Eu não acredito que algum dia venha a existir Metro com carris em Coimbra”
Eu não acredito que algum dia venha a existir Metro com carris em Coimbra. E não vejo mal nenhum nisso…
A afirmação é de Francisco Queirós, da CDU (a única força política que tem o bom senso de não defender o Metro na cidade), antes do executivo da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) ter aprovado (a favor: PS. Abstençao: CDU. Contra: CPC. PSD: não estava) o lançamento do concurso público para a construção do primeiro troço da Via Central.
O comunista é contra o Metro, mas não se opõe à construção de uma Via Central por onde passe um transporte público. Defende a requalificação da Baixa de Coimbra. É a favor de um canal.
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A Via Central é muito contestada pelo CPC. Não se percebe que seja a CMC a investir (1 milhão de euros) numa via sem se saber que transporte vai passar no local, “a não ser que o Sr Presidente já saiba”, argumentou Ferreira da Silva, antes de lembrar que a solução de transporte devia ficar a cargo da Metro Mondego.
Carlos Cidade abre a via do microfone para afirmar que “o Bloco de Esquerda, os seus associados”, andam “a dar tiros nos pés”. Para atestar que o CPC anda a enganar os cidadãos, o machadista recorda que o movimento oposicionista fez referências às árvores de Coimbra com imagens captadas em Espanha.
Ferreira da Silva não gostou das afirmaçoes de Carlos Cidade e acusou o socialista de estar a “achincalhar” e deste ter ficado com “tiques antigos”, recordando a passagem do militante do PS pelo PCP.
Não se sabe o que vai se vai passar e quem mais se vai “passar” por causa da Via Central, mas Manuel Machado afirmou neste dia 7 de novembro de 2016 que não mandará construir uma rotunda na Praça 8 de Maio.
“De rotundas sei”. “Não preconizo nehuma rotunda em frente à CGD”. Embora com o embrulhanço que anda na CGD aquilo só se revolva com uma rotunda, mas não á aqui, é em Lisboa”, ironizou o líder da CMC, antes de garantir que tudo o que vai mandar fazer na Via Central é “compaginavel” com qualquer das soluções que venha a ser adotada.
O representante do CPC quer saber se o projecto do Metro Mondego tenha sido apresentando em Bruxelas. O Presidente da CMC garante que foi. Já viu. Foi mesmo chumbado, tal como disse o Governo. É preciso voltar a fazer mais um estudo. O 94º.
Quer ouvir?
A Via Central coincide com o canal de passagem do Sistema de Mobilidade do Mondego na Baixa de Coimbra, prevendo, segundo Manuel Machado, a futura instalação deste. Cria também condições facilitadoras à sua construção, diminuindo-lhe os respetivos custos, segundo o poder socialista.
Esta nova artéria ligará a Av. Fernão de Magalhães (junto à Loja do Cidadão) e a Rua da Sofia (na zona da Caixa Geral de Depósitos), na Baixa da cidade. O concurso público apresentará o valor de 777.329,80 euros (IVA incluído) e a empresa que vier a ser escolhida terá um prazo de 270 dias para concluir a empreitada.
Este projeto da Via Central tinha sido aprovado na reunião da CMC de 29 de fevereiro deste ano e inclui, além das infraestruturas viárias e arranjos de espaços exteriores, infraestruturas de abastecimento de água, saneamento, eletricidade, iluminação pública, telecomunicações e fornecimento de gás.
Este primeiro troço parte da Av. Fernão Magalhães e garante a execução da maior parte da Via Central – 223 metros, num total de 255 metros. O restante da Via Central não está para já contemplado por ainda não terem sido intervencionados, por parte da Metro-Mondego S.A., os imóveis junto à Rua da Sofia, uma obra imprescindível para a total abertura deste canal.
As parcelas de terreno necessárias para a execução deste primeiro troço são do domínio público do Município de Coimbra e da Metro-Mondego S.A.. Esta última disponibilizou-as para a realização dos trabalhos nos termos do protocolado entre o Município de Coimbra e a Metro-Mondego S.A., no passado dia 24 de outubro.
A abertura da Via Central irá eliminar uma área de degradação urbana, contribuindo para a melhoria e requalificação de um espaço vasto, integrado na zona de proteção do bem classificado pela Unesco como Património Mundial da Humanidade.
A via terá uma largura de cinco metros, suficiente para permitir a circulação rodoviária e com espaço adicional para cargas e descargas. O piso será revestido com cubo de granito, inclusive na zona da Loja do Cidadão – onde hoje existe betuminoso -, e as áreas pedonais com calçadinha de vidraço.
Entre os elementos aprovados pelo executivo da CMC, na reunião deste dia dia 7, contam-se, ainda, o programa de procedimento, caderno de encargos e elementos do projeto. Foi também aprovado o júri do procedimento e o acompanhamento arqueológico, em ambos os casos garantidos por técnicos municipais.
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