Desporto
MVP Academy quer levar jovens basquetebolistas aos palcos internacionais
A MVP Academy pretende ser uma academia onde os jovens possam lutar pelo sonho de jogar basquetebol ao mais alto nível, beneficiando de um dia-a-dia ‘igual’ ao de um jogador profissional, com o qual conciliam a formação académica.
Nuno Tavares, ex-jogador e experiente técnico com várias passagens nos Estados Unidos, Itália e Espanha, foi durante uma década organizador de curtos eventos MVP por Portugal e pela Europa e, há três anos, foi desafiado a criar uma academia para potenciar jovens valores na modalidade.
“Na MVP Academy, a missão é, sobretudo, tentar ajudar os jovens a escolherem a melhor opção académica pós-ensino secundário para que possam seguir os objetivos académicos e desportivos, dando-lhes condições para que um dia atinjam esses sonhos”, salienta, em declarações à agência Lusa.
Rio Maior foi o local escolhido, por reunir condições de habitação, escolaridade e infraestruturas desportivas para dar resposta às necessidades, e desde então o projeto tem vindo a crescer. De 21 atletas no arranque, a MVP Academy conta hoje com 34 basquetebolistas, 27 rapazes e sete raparigas, entre os 15 e os 18 anos, que são provenientes de 13 distritos, assim como do Canadá e de vários países do continente africano.
E é nesta cidade do distrito de Santarém que estes jovens passam agora grande parte do ano, porque jogam e treinam nos vários pavilhões existentes e estudam na escola secundária local. Na academia, na qual ingressaram após testes de captação, os jovens são expostos a uma realidade exigente e semelhante ao dia-a-dia de um desportista profissional.
Divididos em três residências, duas masculinas e uma feminina, os treinos começam bem cedo, com a primeira sessão agendada para poucos minutos antes das 06:00. Depois do treino, os jovens deslocam-se para as aulas na escola secundária de Rio Maior, e voltam a treinar à hora de almoço, normalmente com um ritmo mais calmo, dado que vários basquetebolistas ainda regressam à escola para terem aulas no período da tarde.
Ao fim do dia, os jogadores voltam a treinar para preparar os embates dos campeonatos. Os basquetebolistas estão divididos entre sub-18 e seniores e ao fim de semana representam a equipa Rio Maior Basket, clube ao qual se associou a MVP Academy, e no qual jogam sempre num escalão acima.
“Queremos que os atletas tenham um ritmo mais competitivo e por isso entendemos que devem jogar contra jogadores mais evoluídos”, destaca Nuno Tavares.
O algarvio é um dos fundadores do projeto, que conta com três treinadores a tempo inteiro, dois preparadores físicos, uma nutricionista, dois psicólogos e dois tutores académicos.
“Todas estas valências são muito importantes para conseguirmos formar bons jogadores e boas pessoas”, sublinha, acrescentando que cada atleta é acompanhado diariamente por estes profissionais.
A carga horária é, explica, adequada ao dia-a-dia dos jovens, a alimentação é ajustada à carga física e as vertentes psicológicas e académicas não são descuradas, uma vez que o projeto “quer formar basquetebolistas de qualidade, dando-lhes simultaneamente ferramentas para conjugarem o basquetebol com os estudos”.
“Temos psicólogos, da academia e em parceria com a escola secundária, que ajudam os atletas a ultrapassar questões emocionais, até porque muitos estão longe da família e apenas a veem de mês a mês, e os atletas da academia têm de ter uma média mínima de 13 valores”, salienta o CEO da MVP Academy, recordando que, em 2020, a média dos alunos era, na generalidade, de 15,2 valores.
A academia participa regularmente em torneios internacionais dentro e fora do país e também tem parcerias com universidades na Europa e nos Estados Unidos, país para o qual os jovens atletas podem mudar-se caso consigam bolsas.
“Não prometemos que vão jogar na Liga norte-americana de basquetebol [NBA] ou nos melhores campeonatos europeus, mas queremos que tenham oportunidade de conciliar o basquetebol com a formação académica”, reitera o técnico, de 43 anos, relembrando os casos de quatro atletas da MVP Academy que obtiveram bolsas de estudos e que hoje jogam em alguns dos principais campeonatos universitários do mundo enquanto frequentam cursos superiores.
Relativamente ao ambiente na academia, o fundador revela que “os jovens criam uma ligação muito forte” entre eles. “Como dividem o mesmo espaço durante a semana – muitos deles também ao fim de semana – e alguns frequentam a mesma turma, estão sempre todos juntos”, nota, salientando que se cria “o sentido de família”.
Tanto é que no último confinamento obrigatório, no início do ano, apenas quatro atletas voltaram para casa até as restrições aliviarem. “Os restantes continuaram nas residências, onde existe um treinador responsável em cada, e improvisámos sessões de treino com exercícios mais específicos”, contou Nuno Tavares, enquanto mostrava à Lusa o espaço de uma das residências onde colocaram um cesto para treinarem lançamentos.
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