Coimbra
Museu Machado de Castro avaliado positivamente por público que lamenta falta de estacionamento e sinalização
O estacionamento próximo e a sinalização externa e indicações sobre o Museu Nacional de Machado de Castro (MNMC), em Coimbra, receberam do público algumas das avaliações mais baixas de um estudo hoje divulgado.
“As avaliações do MCMC, incluindo a experiência de visita, são globalmente positivas, em particular entre os públicos nacionais”, disse José Soares Neves, coordenador científico do estudo de públicos de museus nacionais, promovido pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) em parceria com o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do Instituto Universitário de Lisboa (CIES-IUL).
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O sociólogo disse que aqueles dois resultados do estudo menos favoráveis à instituição cultural de Coimbra, dirigida por Ana Alcoforado, constituem um alerta para que “algumas instituições públicas exteriores ao próprio ao museu” assumam intervenções com vista a colmatar as lacunas evidenciadas pelo público.
O professor do ISCTE-IUL procedia à apresentação das conclusões do estudo de públicos do Museu Nacional de Machado de Castro, situado na Alta de Coimbra, que nos últimos anos tem registado “um forte aumento” do número de visitantes estrangeiros.
Os portugueses “são ainda dominantes” na procura, contudo, verifica-se, desde 2016, “uma alteração significativa” caracterizada pela presença de mais público de outros países, “uma tendência que muito provavelmente” se vai manter nos próximos tempos, disse.
O estudo de públicos de museus nacionais envolveu 14 museus, todos tutelados pela DGPC, incluindo o Machado de Castro, localizados em três regiões do Continente: Área Metropolitana de Lisboa (dez museus, todos no concelho de Lisboa), Norte (um, no Porto) e Centro (três, nos municípios de Viseu, Condeixa-a-Nova e Coimbra).
No MNMC, “mais de metade dos públicos tem idades até 34 anos”, salientou José Soares Neves.
“Temos uma composição juvenilizada e altamente qualificada”, disse, o que está relacionado com a proximidade da Universidade de Coimbra (UC), cujo polo histórico se situa na zona museu, numa cidade onde mais de 30 mil alunos frequentam a UC e outras instituições do ensino superior.
Entre o público estrangeiro de 46 nacionalidades, destaca-se em primeiro lugar “uma percentagem muito elevada de franceses”, constituindo os visitantes do Brasil “o segundo contingente mais elevado”, neste segmento, revelou o coordenador científico do estudo nacional.
Entre outros objetivos, o estudo visa “a produção de informação atualizada e fiável sobre os públicos, para o conjunto e para cada um dos museus da DGPC, num leque alargado de dimensões que inclui os perfis sociais e de práticas culturais, a relação com o museu participante e com os museus em geral, as expetativas, as avaliações e as sugestões decorrentes da visita”.
No período de 2010 a 2016, segundo as conclusões hoje apresentadas, “constata-se uma tendência de crescimento do número total de visitantes, que passa de 30,4 mil para 110,6 mil, respetivamente, apenas com uma quebra em 2012, ano da reabertura da totalidade dos espaços do museu”.
Antes da reabertura, o Museu Nacional de Machado de Castro “recebia visitantes no espaço temporário da Igreja de São João de Almedina e para o Criptopórtico”.
Sendo de valorizar o recente aumento de visitantes nacionais, de 2015 para 2016, após um período de decréscimo, “o que mais sobressai – e mais contribui para o crescente volume de visitantes – são sem dúvida os estrangeiros”, sobretudo a partir de 2014, sequência da classificação do conjunto Universidade de Coimbra – Alta e Sofia como património mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Em comparação com os resultados globais do estudo nacional, conclui-se que “os públicos do MNMC expressam uma opinião muito mais positiva (…) face às expectativas iniciais”.
Na apresentação, além de Ana Alcoforado e José Soares Neves, participaram o subdiretor da DGPC, David Santos, a diretora do Departamento de Museus da DGPC, Teresa Mourão, e a secretária-geral da Fundação Millenium BCP, Fátima Dias.
O estudo de públicos dos 14 museus nacionais teve patrocínio desta fundação e da empresa Oni.
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