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Museu do centro de reabilitação da Tocha quer classificação de Interesse Cultural
O Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais (CMRRC-RP), na Tocha, concelho de Cantanhede, já candidatou o seu Núcleo Museológico ao “reconhecimento de Interesse Cultural”, foi hoje revelado.
O pedido foi submetido junto ao Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais (GEPAC), no início do ano.
“Aguardamos, nesta altura, com muita esperança e confiança, a atribuição do reconhecimento de Interesse Cultural, pedido que submetemos junto do Ministério da Cultura”, disse hoje, na cerimónia de inauguração da biblioteca científica do antigo Hospital Colónia Rovisco Pais, a presidente do Conselho Diretivo do Centro de Medicina de Reabilitação, Isabel Bento.
Trata-se de uma candidatura para que o núcleo possa “atuar no âmbito da cultura”, beneficiando de “verbas ou de apoios financeiros”.
A biblioteca científica do antigo Hospital Colónia Rovisco Pais (HCRP), na vila da Tocha, concelho de Cantanhede, distrito de Coimbra, hoje inaugurada, constituirá mais um polo do Núcleo Museológico do Centro, inaugurado em 2021.
A instituição Sasakawa Health Foundation, no Japão, tem apoiado, desde 2017, o projeto de salvaguarda e revitalização do património do antigo Hospital Colónia Rovisco Pais, também conhecido por leprosaria nacional.
A instituição tem ajudado a tornar acessível ao público três tipos de património histórico – “os materiais documentais, os artefactos históricos e também os testemunhos orais”, afirmou o diretor executivo da Sasakawa Health Foundation, Takahiro Nanri.
O acervo bibliográfico é especializado nas áreas de medicina, saúde pública, dermatologia e leprologia, e composto pelas obras da antiga biblioteca médica e do laboratório do HCRP, totalizando cerca de 4.350 volumes e 740 títulos, 51% dos quais correspondem a monografias e 49% de publicações periódicas, especialmente revistas e jornais científico.
“A abertura desta biblioteca ao mundo vai ser um importante contributo para os desenvolvimentos da medicina, saúde pública e a pesquisa histórica nos anos que hão de chegar”, frisou, Takahiro Nanri.
Cerca de 40% das publicações existentes neste equipamento cultural são estrangeiras – Europa, Ásia, América e África – e representativas dos principais autores, associações e organismos de saúde, um pouco por todo o mundo.
A obra mais antiga, datada de 1823, corresponde ao “Ensaio Dermosographico ou Succinta e systematica descripção das Doenças Cutaneas” de Bernardino António Gomes, autor do primeiro censo moderno dos doentes de Hansen em Portugal.
“Ao disponibilizar para fruição pública e para investigação, o acervo documental e científico da única leprosaria portuguesa, esta biblioteca científica, juntamente com o núcleo museológico criado em 2021”, dá visibilidade a “uma história com mais de 75 anos”, sublinhou, a diretora Regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes.
A Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC) e o município de Cantanhede mostraram-se disponíveis em apoiar o projeto, designadamente, a motivar públicos específicos a explorar o acervo do núcleo museológico e da biblioteca.
A biblioteca científica do antigo Hospital Colónia Rovisco Pais estará aberta ao público por agendamento prévio e, a digital, está disponível em hansen-stories.pt, incluido “centenas de digitalizações” via ‘online’.
Entidade inserida no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro presta “cuidados de saúde diferenciados na área da medicina física da reabilitação à população residente na sua área de influência, correspondente aos seis distritos da Região de Saúde do Centro” (Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu).
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