Exposições
Museu do Calçado com mostra coletiva em que as babuchas refletem sobre a mulher árabe
O Museu do Calçado inaugura no sábado uma exposição em que 30 criadoras apresentam diferentes interpretações dos chinelos conhecidos como babuchas, reunindo em São João da Madeira uma reflexão coletiva sobre a realidade da mulher árabe.
Inicialmente concebida em 2013, a mostra “Babuchas e as Mulheres” tem curadoria da artista plástica Renata Carneiro, que para o projeto convidou outras 19 criadoras portuguesas e espanholas: Alvarenga Marques, Ana Carvalho, Ana Luísa Amaral, Cristina Troufa, Emília Viana, Inma Doval, Maria Rafael, Maria Rosas, Mariana de Castro, Masaur, Miriam Rodrigues, Nélia Caixinha, Raquel Gralheiro, Rosa Puente, Setas Ferro, Sílvia Carreira, Susana Bravo, Susana Ribeiro e Teresa Pedroso.
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Partindo de versões masculinas do calçado em causa, essas artistas levam agora ao referido equipamento cultural do distrito de Aveiro uma seleção de obras em que tanto se incluem babuchas femininas em tecidos cómodos e padrões florais delicados como chinelos com impressões de sangue, palmilhas a lembrar raspadores de cozinha e adereços impeditivos da mobilidade.
Para a diretora do Museu do Calçado, Joana Galhano, a exposição cumpre assim um dos principais objetivos da sua missão pedagógica, que passa por “dar destaque ao objeto ‘sapato’ – despido ou não da sua função primordial – e com ele apelar à inquietação, à emoção e à reflexão”.
“Os sapatos que usamos no nosso tempo e no nosso mundo fazem-nos questionar a sociedade que nos rodeia, a época atual e o futuro que queremos construir”, declarou essa responsável à agência Lusa.
Especificamente sobre o calçado tradicional que motiva a presente mostra, Renata Carneiro garante que cada par de babuchas exposto no museu “parte de um ponto de vista particular” da respetiva autora quanto à vida feminina nas sociedades árabes, mas reflete também uma intenção transversal de aumentar o conhecimento da mulher ocidental sobre a sua semelhante de outras latitudes.
“Queremos demonstrar o papel da mulher árabe na sociedade atual, os seus costumes, os seus pensamentos, livres ou não. O uso do lenço ou da burca serviu de ponto de partida para a criação deste projeto coletivo, que convida ao questionamento e à comparação”, diz a curadora.
A exposição “Babuchas e as Mulheres” estará patente em São João da Madeira até ao dia 03 de abril de 2022.
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