Política

Municípios querem que nova lei das finanças locais seja aprovada em 2025

Notícias de Coimbra com Lusa | 32 minutos atrás em 05-11-2024

A presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) defendeu hoje que 2025 deve ser o ano de aprovação de uma nova lei das finanças locais, para que possa entrar em vigor em janeiro de 2026, após as autárquicas.

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“É imperioso que se aprove uma nova lei que garanta uma melhor equidade na distribuição dos recursos. Nós entendemos que 2025 deve ser o ano de aprovação da nova lei. Entretanto, também haverá eleições autárquicas [em 2025], haverá novos executivos e, o que fará sentido, é que a lei possa entrar em vigor em janeiro de 2026”, disse Luísa Salgueiro, que falava à agência Lusa após uma reunião do conselho diretivo, na sede da ANMP, em Coimbra.

Para a responsável, em 2025 deve ser desenvolvido todo o processo legislativo para a criação de uma nova lei das finanças locais, que possa estar a funcionar no próximo mandato autárquico.

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“Importa que Portugal se aproxime do nível de participação do poder local nas receitas de impostos, porque nós não temos nível regional no continente e, como é sabido, o nível de participação da receita que o poder local tem ainda continua muito díspar da zona Euro”, notou.

Nesse sentido, a ANMP defende uma lei que assegure mais recursos próprios aos municípios, por forma a não estarem tão dependentes das transferências do Estado.

“Sabemos que o peso das transferências do Orçamento do Estado para os municípios ainda continua a ser muito relevante e muitos municípios dependem para o seu funcionamento dessa transferência”, referiu.

Segundo Luísa Salgueiro, os municípios deveriam ter acesso a receitas que lhes garantam um maior grau de autonomia, ao mesmo tempo que essas novas regras devem assegurar recursos a municípios com baixa densidade populacional.

Esses municípios “dependem sempre de medidas transitórias e temporárias, agora o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] ou quadros comunitários, mas não têm recursos próprios que lhes garantam infletir também essa tendência até de isolamento e de perda de população”, afirmou, vincando que essa nova lei deve assegurar coesão territorial e esbater desigualdades e assimetrias que existem no território.

Luísa Salgueiro salientou que o Governo concorda com a necessidade de elaborar uma nova lei das finanças locais e que está “de acordo com os pressupostos base” da ANMP, esperando-se agora que no início de 2025 comece o grupo de trabalho entre em funcionamento.

Na tarde de hoje, o Conselho Geral da ANMP irá debater a proposta de parecer ao Orçamento do Estado para 2025, que a Associação já referiu ser globalmente positivo, apesar de notar que várias reivindicações dos municípios ficaram de fora da proposta do Governo.

Na quarta-feira, o parecer da ANMP é apresentado na Assembleia da República.

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