Coimbra
Mulheres a cantar Fado de Coimbra? Sem problemas, desde que o façam “com qualidade”
A Academia do Fado de Coimbra e a Secção do Fado da AAC não vêm com qualquer problema o aparecimento de mulheres a cantar Fado de Coimbra. António Ribeiro, presidente da academia, disse que a principal preocupação é que “quem suba ao palco o faça com qualidade”. Já João Sousa, presidente da SF/AAC, referiu que a estreia de uma cantora numa Serenata Monumental está para breve.
O tema das mulheres a cantar Fado de Coimbra voltou à ordem do dia depois de, numa iniciativa da Semana Cultural da Universidade de Coimbra 2023, ter sido apresentado um espetáculo da cantora Vânia Couto, acompanhada pela Orquestra Trova do Tempo que Passa, e com a participação de outras duas vozes femininas – Inês Graça e Joana Gonçalves.
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Recentemente, o vice-reitor Delfim Leão anunciou que um dos espetáculos previsto para assinalar os 10 anos da classificação da Universidade de Coimbra como Património Mundial da Unesco chama-se “No Princípio Era o Fado” e contará com a interpretação em palco de Vânia Couto e Beatriz Villar, entre outros.
Questionados sobre este assunto, os presidentes da Academia do Fado de Coimbra e da Secção de Fado da AAC desvalorizaram a polémica. António Ribeiro afirmou que o essencial é que se fale deste tema “de uma forma desempoeirada”. “Aquilo que vai ser fundamental é que quem apareça em palco o faça com qualidade e respeite a matriz”, frisou.
Veja o Direto NDC com António Ribeiro
Na SF/AAC, o presidente João Sousa referiu que a questão tem de ser vista com absoluta normalidade, pois “não se deve diferenciar a mulher do homem, já que o importante é que haja qualidade”. Neste momento, a escola de música está a ser frequentada por mais estudantes do sexo feminino do que do sexo masculino no ensino do canto e, em breve, a mesma situação irá acontecer ao nível do ensino da guitarra portuguesa e viola. “Vemos isso com bons olhos”, disse, esperando que a estreia de vozes femininas numa Serenata Monumental aconteça “muito em breve”.
Ver direto NDC com João Sousa
As declarações de António Ribeiro e João Sousa ao Notícias de Coimbra foram efetuadas à margem do jantar-tertúlia promovida pela Academia do Fado de Coimbra. Uma entidade criada em outubro do ano passado e que tem como objetivo elevar o patamar do fado de Coimbra levando-o a locais onde existam pessoas que gostem dele, bem como quebrar os “muros intergeracionais” existentes entre os antigos cantores e músicos e os atuais intérpretes da música conimbricense.
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